Aumento de 5%
Número de salvamentos no RS neste verão já supera o de toda a temporada passada
Ao todo, foram registrados 812 resgates em áreas monitoradas. Maioria dos casos acontece em Torres e Capão da Canoa, no Litoral Norte. Mais de 400 mil sinalizações e orientações a banhistas foram feitas até o momento
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O número de salvamentos registrados no Rio Grande do Sul nos 63 dias desta edição da Operação Verão já supera o de toda a temporada passada. Até sexta-feira (21) foram registrados 812 salvamentos em áreas monitoradas, contra 773 na temporada anterior — um aumento de 5%, conforme dados do comando do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) no Estado.
Entre os pontos com mais registros estão a guarita 9, em Torres, com 162 casos, e Capão da Canoa, com 115 resgates na guarita 76, ambos municípios do Litoral Norte.
Segundo o coordenador administrativo da Operação Verão, tenente-coronel Lang, o aumento está relacionado ao início de veraneio intenso e ao calor extremo. Mais de 400 mil sinalizações e orientações a banhistas foram feitas até o momento.
— Tivemos muitos dias de mar cristalino, água quente e faixa de areia lotada. Esse cenário acaba aumentando o número de resgates. Em Torres, o cenário de formação rochosa forma corrente de retorno forte. Já em Capão da Canoa, a área central da cidade é a mais movimentada, requer mais atenção pela grande quantidade de banhistas — explica.
Em relação ao perfil das vítimas, o tenente-coronel é composta por homens entre 20 e 29 anos.
— Esse público se expõe mais à risco. Se sente mais autorizado e desafiado a entrar no mar. Além do consumo de bebida alcoólica, que dificulta no entendimento das orientações da corporação — destaca Lang.
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Sábado de sol e calor
Neste sábado (22), o sol e o calor contribuíram para aumentar o número de pessoas nas areias das praias de Torres. No entanto, no período da manhã, a reportagem de Zero Hora observou poucos banhistas dentro do mar.
A moradora de Flores da Cunha, na Serra, Hayane Rotini, 22 anos, veraneia com a família próximo à guarita 9. Segundo ela, ao entrar no mar a atenção é redobrada:
— É muito perigoso, tem que ter cuidado e atenção. Quase sempre o “repuxo” está forte e acaba sendo rápido para se afogar. As crianças também. Tenho uma filha de cinco anos e ela só entra no mar junto de mim.
Há quatro anos, a moradora de Porto Alegre Lia Munhoz, 56, veraneia na Praia da Cal. Para ela, o banho de mar é indispensável, mas apenas na beira para não correr risco.
— Não dá para entrar muito. Já que eu não sei nadar, o jeito é ficar onde eu dou pé. Mas tem dias que a correnteza está forte e não dá para arriscar nem assim — relata.
A oitava Operação Verão Total começou em 20 de dezembro de 2024 e seguirá até 9 de março com efetivo total. Após isso, período considerado de baixa temporada, haverá redução da equipe que permanece no Litoral.