Tempo quente e abafado
Saiba quando o RS deve ter trégua no calorão; Estado se aproxima dos 43ºC até quarta-feira
Inmet lançou alertas pela alta temperatura prevista para grande parte do território gaúcho
O Rio Grande do Sul encontra-se sob influência da segunda onda de calor do ano, com temperatura que já beira os 40ºC em algumas regiões. E pode se elevar ainda mais. Após um mês de janeiro quente, abafado e com pouca chuva, a pergunta que fica é: até quando deve persistir esse calorão?
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu dois alertas, válidos até as 18h de quarta-feira (5), pelo nível de calor. O de cor laranja, indicando perigo para elevação dos índices em toda a faixa oeste do território gaúcho, o que inclui a Fronteira, Missões e Campanha. O aviso se estende para parte da Região Metropolitana, norte e centro do território gaúcho. Já o aviso amarelo, de perigo potencial, pega parte do Sul, Região Metropolitana e Norte.
O pico nos indicadores deve ser registrado entre a terça-feira (4) e a quarta-feira, conforme indica o Inmet. Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste, a média para esse período do ano varia entre 31ºC e 32ºC. A tendência, no entanto, é que possa chegar aos 41°C. Já em Quaraí, a elevação pode atingir entre os 42ºC e os 43ºC.
Para Porto Alegre e Região Metropolitana, a temperatura esperada para o período está entre os 30ºC e 31ºC. Com a incidência do fenômeno, o termômetro pode se aproximar dos 40°C.
Pequeno alívio com a chuva
Segundo Marcelo Schneider, meteorologista do Inmet, a previsão é que ocorram temporais, de maneira isolada, sem influenciar em quedas significativas na temperatura. A partir do final de semana, principalmente a partir do sábado (8), todo o Estado volta a ter calor até a próxima terça-feira (11), quando chove novamente e os indicadores tendem a diminuir.
— De um modo geral, tem um pequeno alívio nessa quinta e sexta-feira. O calor retorna com força no final de semana até, pelo menos, terça que vem. Na quarta-feira (12) da outra semana está prevista a entrada de uma frente fria mais forte, que deve trazer uma queda de temperatura mais pronunciada — afirma Schneider.
O que são ondas de calor?
Ondas de calor são fenômenos meteorológicos caracterizados por índices de temperatura que superam os níveis esperados para uma determinada região e época do ano. Para definir o evento climático, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) estabelece que são necessários cinco ou mais dias consecutivos em que os termômetros ultrapassam a média mensal em 5°C.
A primeira onda de calor ocorreu na metade de janeiro, com uma elevação nos termômetros mais significativa nas áreas próximas à Argentina. De acordo com Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, esse cenário está sendo influenciado pelo La Ninã e pela formação de uma massa de ar quente sobre o país vizinho, que se desloca e se concentra sobre o sul do Brasil. Esse conjunto está favorecendo o aumento do calor em um mês que já é tradicionalmente quente.
— O foco fica mais ao Sul porque estamos tendo um efeito do La Niña. As massas de ar quente que se originam na Argentina não conseguem avançar e ficam mais presentes nos Estados do Sul e em boa parte do Centro-Oeste — explica o especialista.
Novas ondas de calor podem ocorrer?
Murilo Lopes, meteorologista da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pontua que o verão deve seguir quente pelo Estado e a chuva não será suficiente para suprir o déficit hídrico observado em algumas regiões. Novas ondas de calor não são descartadas:
— A tendência é que a gente tenha um alívio quando tiver precipitações mais expressivas. Agora em fevereiro essa chuva deve acontecer de maneira mais frequente, mas estamos em um cenário que não traz um alívio total para a estiagem. Esses picos de calor podem acontecer com mais intensidade — declara.