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Saúde feminina

Serviço de ginecologia do Hospital Conceição será transferido ao Hospital Fêmina, em Porto Alegre

Mudança será efetivada a partir de sábado e não inclui centro obstétrico; sindicato médico questiona e diz que estrutura não será suficiente para atendimentos

27/02/2025 - 09h53min

Atualizada em: 27/02/2025 - 09h53min


Paulo Egídio
Paulo Egídio
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Marco Favero / Agencia RBS
Instituição do bairro Independência absorverá serviços como exames, consultas e cirurgias que hoje são feitos no Conceição

As pacientes do serviço de ginecologia do Hospital Nossa Senhora da Conceição, na Zona Norte de Porto Alegre, passarão a ser atendidas no Hospital Fêmina, no Bairro Independência, a partir deste sábado (1º). As duas instituições são vinculadas ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC).

A mudança se restringe aos atendimentos vinculados à ginecologia. O centro obstétrico permanecerá funcionando no Hospital Conceição.

De acordo com o GHC, a decisão foi tomada depois que as pacientes oncológicas do Fêmina foram transferidas para o novo centro de oncologia do Conceição. A movimentação abriu espaço no hospital sediado no bairro Independência, que é uma referência no atendimento às mulheres.

O Fêmina já oferece serviços eletivos e, desde 2020, abriga o setor de emergência ginecológica do GHC. Com a transferência, absorverá serviços como exames, consultas e cirurgias que hoje são feitos no Conceição. A expectativa da direção do GHC é de oferecer cerca de 115 cirurgias adicionais por ano.

De acordo com a médica Fernanda Grosbelli, coordenadora da Ginecologia do Fêmina, os procedimentos absorvidos já são feitos no hospital e a estrutura será suficiente para abrigar todos os serviços. Fernanda menciona que uma nova sala para procedimentos cirúrgicos será inaugurada nos próximos dias.

—Com a saída da oncologia, vagaram 30 leitos, salas de ambulatórios e espaços nas salas cirúrgicas, e o hospital já é referência no atendimento às mulheres. Tudo o que é feito no Conceição já é feito no Fêmina em número maior — explica a médica.

A transferência, no entanto, é questionada por médicos residentes do GHC e pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). A entidade alega que o Fêmina não tem estrutura adequada para absorver o serviço de Ginecologia e que isso pode prejudicar o atendimento. Sustentam, ainda, que não seria adequado separar os setores de ginecologia e obstetrícia.

—Hoje, temos um plantão da ginecologia que dá suporte ao centro obstétrico no caso de pacientes que tenham alguma complicação. O hospital está tentando organizar isso (a substituição desse serviço), mas não terá a efetividade de hoje, o que pode gerar risco para as pacientes — diz a médica Adriana Bolasell, que atua no serviço de ginecologia do GHC é conselheira do Simers.

Adriana ainda aponta que a mudança vai prejudicar a formação dos médicos residentes que trabalham no setor de ginecologia dos dois hospitais.


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