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Dióxido de cloro

Vazamento de gás em Guaíba foi contido e não há risco para população, afirma CMPC

Problema, observado em companhia de celulose na manhã de domingo, foi acompanhado pela Fepam e Corpo de Bombeiros

24/02/2025 - 15h58min

Atualizada em: 24/02/2025 - 15h58min


Ian Tâmbara
Ian Tâmbara
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Fepam / Divulgação
Local da planta da CMPC em Guaíba onde aconteceu o vazamento de dióxido de cloro.

A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) realizou uma vistoria na indústria de celulose CMPC, em Guaíba, na Região Metropolitana.

Na manhã de domingo (23) houve vazamento de dióxido de cloro. A empresa confirmou o vazamento do gás durante uma atividade de limpeza na unidade localizada na Rua São Geraldo, no bairro Ermo.

A companhia garantiu que as operações no local foram imediatamente paralisadas, com acionamento da Fepam e do Corpo de Bombeiros, que esteve no local por volta do meio-dia.

De acordo com a Fepam, o vazamento ocorreu em uma linha de envio da geração do gás até os tanques de estocagem.

Segundo a CMPC, não houve risco aos colaboradores nem mesmo à comunidade e a situação foi controlada ainda no domingo. A empresa não informou, porém, se as atividades já foram retomadas no local. 

A prefeitura de Guaíba emitiu nota em que diz ter sido informada do ocorrido, mas que não foi preciso acionar a Defesa Civil municipal devido à rápida resolução do problema.

O que diz a Fepam

Confira a íntegra da nota da fundação:

"A equipe de atendimento a emergência da Fepam atendeu ocorrência de vazamento de solução de dióxido de cloro na empresa CMPC no final da manhã do domingo dia 23 de fevereiro. O vazamento ocorreu em uma linha de envio da geração de dióxido de cloro até os tanques de estocagem que estava sendo inertizada com água para realização de serviços de manutenção. 

A planta foi imediatamente parada e os procedimentos de evasão de parte dos funcionários foram realizados. O vazamento foi detectado pelo sistema de detectores e alarme de segurança da planta química na área interna de processo. Após acionamento do plano de emergência, foi realizada a atuação interna da equipe de brigadistas da empresa, que promoveu o abatimento do produto com neblina d'água e espuma conforme previsto no seu procedimento de emergência. 

Além dos detectores de segurança da área de processo, a empresa possui sistema de detecção instalado nos limites do empreendimento com vista a proteção da população. Foram verificados os resultados e não foi constatada concentração fora dos limites do empreendimento. Não houve solicitação de atendimento externo para as equipes no local. Além da Fepam, estiveram presentes equipes da Patram e Corpo de Bombeiros que permaneceram de prontidão."

Dióxido de cloro é utilizado para branquear a polpa da madeira

Mateus Bruxel / Agencia RBS
Na obtenção da celulose, a madeira de eucalipto sofre um processo de branqueamento.

O dióxido de cloro é usado na indústria de papel e celulose para o branqueamento da polpa da madeira. Sua capacidade de oxidar substâncias orgânicas o torna útil em diversas aplicações industriais e de saneamento.

No entanto, o dióxido de cloro apresenta riscos significativos para a saúde humana e animal. A exposição a altas concentrações pode causar irritação nos olhos, pele e trato respiratório, além de problemas mais graves como danos aos pulmões e ao fígado

Para os animais, a exposição também pode ser tóxica, causando sintomas semelhantes aos observados em humanos.

A unidade de Guaíba da CMPC

André Ávila / Agencia RBS
Complexo industrial da CMPC, em Guaíba.

A CMPC, multinacional chilena que produz celulose entre outros produtos, possui 40 unidades em operação, em 12 países, e mais de 25 mil colaboradores ao redor do mundo.

Na planta de Guaíba, a companhia produz celulose branqueada de fibra curta de eucalipto, com 90% da produção destinada à exportação, especialmente para a fabricação de papéis de higiene pessoal (tissue). A unidade tem capacidade para produzir 2,4 milhões de toneladas de celulose por ano.

A empresa anunciou, em 2024, a construção de uma segunda unidade, em Barra do Ribeiro. Serão cerca de R$ 23 bilhões (correspondente a US$ 4,6 bilhões na cotação desta segunda-feira) para construção de um novo parque industrial, com capacidade estimada em 2,5 milhões de toneladas anuais de celulose. O investimento deverá promover a abertura de 12 mil postos de trabalho nas obras e 1,5 mil na operação.


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