Zona Norte
Das 57 famílias do Sarandi que precisam se mudar, 15 assinaram termo para demolição das casas; prazo termina nesta segunda-feira
Medida é necessária para o início das obras de reforço do sistema de proteção contra cheias. Diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), André Machado, afirma que haverá diálogo, mas não descarta judicialização

O prazo estabelecido pela prefeitura para a mudança de 57 famílias no bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, acaba nesta segunda-feira (10), mas apenas 15 assinaram o termo que autoriza a demolição das residências.
A medida é necessária para o início das obras de recuperação e reforço do sistema de proteção contra cheias do local. O prazo inicial venceu no dia 28 de fevereiro, mas foi prorrogado.
Em entrevista ao Gaúcha Faixa Especial, da Rádio Gaúcha, neste domingo (9), o diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), André Machado, explicou que não haverá um novo prazo, porém o diálogo com as famílias deve continuar pelos próximos dias. Se a conversa não for resolutiva, os casos devem ser judicializados.
— Nós vamos, nesta semana, sobretudo, conversar exaustivamente com essas famílias. Para que a gente encontre um caminho amigável. Essa cena que muitos estão esperando, de máquinas passando e derrubando casas, não vai acontecer se não houver a concordância das pessoas ou uma determinação judicial.
Os imóveis serão demolidos para dar espaço à circulação de máquinas e à ampliação na altura e na largura do sistema que protege o bairro. Além disso, caso as moradias continuem nessa região pode haver risco de deslizamento.
De acordo com o diretor, das 57 famílias, 45 tiveram o cadastro aprovado pelo governo federal e estão aptas a participar do programa Compra Assistida. Porém, entre essas 45, apenas 21 encaminharam o pedido de imóvel para a Caixa Econômica Federal. No total, apenas 15 assinaram o contrato para a demolição das casas.
Além disso, segundo ele, moradores receberam a opção do Estadia Solidária, programa municipal que oferece o pagamento de R$ 1 mil mensais no prazo de 12 meses ou até o atendimento habitacional definitivo.
Diálogo continua
Para o diretor-geral do Demhab, o diálogo deve ser a prioridade na negociação entre a prefeitura e a comunidade local do bairro:
— As pessoas estão lá há muito tempo. E a gente tem que respeitar o que é a moradia das pessoas. Para muitos, apesar da área ser irregular, eles compraras as suas casas, mesmo que de forma informal.
*Produção: Estfany Soares