Região Metropolitana
Em emergência pela dengue, prefeitura de Viamão espera abrir 20 leitos com hospital de campanha
Instalação da estrutura foi solicitada ao Exército, que estuda local disponível; área oferecida pelo município é o pátio ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA)


Em situação de emergência provocada por um surto de dengue, a prefeitura de Viamão, na Região Metropolitana, pretende abrir 20 novos leitos para atendimentos em um hospital de campanha. A estrutura foi solicitada na terça-feira (25) ao Exército Brasileiro.
A área oferecida pelo município é o pátio ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Avenida Senador Salgado Filho. O Comando Militar do Sul (CMS) informou que está estudando sobre qual o melhor local para a instalação e deve enviar representantes ainda nesta quarta-feira (26) ao município.
Situação do atendimento a pacientes com dengue
Na manhã desta quarta, o atendimento fluía bem na UPA, sem pacientes relatando tempo excessivo de espera para atendimento. No entanto, funcionários da unidade informaram que na segunda e na terça-feira o espaço estava lotado, com muitos casos suspeitos de dengue.
A secretária da Saúde, Michele Galvão, diz que o hospital de campanha vai desafogar os atendimentos:
— Por mais que a gente coloque mais médicos e enfermeiros, hoje temos uma limitação do espaço físico para atender as pessoas. O hospital vai ampliar nossa área de hidratação e nossa capacidade geral de atendimento — diz a secretária.
Além de pedir reforço do Exército, a prefeitura solicitou ao Ministério da Saúde incremento no repasse de recursos para ampliar as equipes de saúde. Em paralelo, também está acertando com a Secretaria Estadual da Saúde o redirecionamento de doses de vacinas para o município.
Surto de dengue
Nesta quarta-feira, o município chegou aos 899 casos de dengue registrados neste ano, um aumento de mais de 500% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando eram 144 casos.
Uma das causas apontadas pela prefeitura é a ocorrência de ondas de calor, combinadas com pancadas de chuva, que criaram ambiente propício para a reprodução do mosquito Aedes aegypti. Além disso, há dificuldade de se combater o acúmulo de lixo em áreas públicas e em terrenos privados.
De acordo com a secretária da Saúde, a prefeitura tomou medidas para conter o avanço da doença, mas que não produziram o resultado esperado.
— Ofertamos repelente para evitar a disseminação da doença, ampliamos a vacinação levando equipes para dentro do território, fizemos três mutirões de limpeza na região mais afetada pelo descarte irregular do lixo, fizemos a aplicação do inseticida e borrifação intradomiciliar e organizamos um pronto-atendimento para dengue, mas nada disso conteve o avanço — descreve Michele.
O que pode ser feito para evitar a proliferação do Aedes aegypti?
- Limpar com escovação semanal o recipiente de água dos animais domésticos.
- Recolher o lixo do pátio e colocá-lo ensacado para ser recolhido.
- Recolher pneus e armazená-los em locais secos e protegidos da chuva
- Tampar caixas d’água e colocar telas em caixas d’água descobertas, reservatórios de captação de água da chuva e nos ralos.
- Limpar as calhas semanalmente.
- Lavar e escovar piscinas plásticas, trocando a água.
- Eliminar os pratinhos das plantas e cobrir recipientes de armazenamento de água.