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Fio solto enrosca em pescoço de ciclista em Porto Alegre; veja vídeo

Caso aconteceu na segunda-feira na Rua Doutor Timóteo, no bairro Floresta. Adolescente de 16 anos teve ferimentos no pescoço e no dedo

06/03/2025 - 15h58min

Atualizada em: 06/03/2025 - 15h58min


Vitor Rosa
Vitor Rosa
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Reprodução / RBS TV
Acidente com fio solto aconteceu na Rua Doutor Timóteo, no bairro Floresta, em Porto Alegre.

Um adolescente de 16 anos foi surpreendido enquanto andava de bicicleta pela Rua Doutor Timóteo, no bairro Floresta, na zona norte de Porto Alegre, na última segunda-feira (3). Um fio solto se enroscou no pescoço dele e o rapaz precisou de atendimento médico.

À reportagem, a mãe do adolescente contou que ele estava indo para um clube tomar banho de piscina com alguns amigos quando o acidente aconteceu. O rapaz acabou tendo lesões no pescoço e no dedo, porque ele tentou tirar o fio e acabou se cortando. 

— Simplesmente um fio atravessado na rua acabou prendendo embaixo do pescoço dele. E no reflexo, ele tentou tirar com o polegar direito, né, e acabou raspando e cortando o polegar, lanhou todo o pescoço. Ele desceu da bicicleta, tentou pedir socorro, mas não conseguiu falar, porque ele se sentia sufocado — conta Aline Mayumi Miyai, mãe do adolescente.

O cabo é feito de fibra de vidro, que acaba sendo objeto cortante caso entre em contato com a pele em velocidade. Uma câmera de monitoramento do prédio que fica em frente ao local registrou o momento do acidente.

De acordo com moradores das proximidades, o fio ficou solto após uma poda de árvores realizada pela CEEE Equatorial no fim de semana. A concessionária disse que a responsabilidade pelos fios são das empresas de telecomunicações. "A companhia lamenta o ocorrido com o ciclista e informa que atua apenas em emergências, manutenções programadas e situações que possam afetar o fornecimento dos clientes."

A Vivo, por meio da Conexis, grupo de companhias telefônicas, disse que "a empresa segue os padrões estabelecidos em regulamentos e normas técnicas para a instalação de fios e cabos nos postes e mantêm equipes de prontidão para atendimento de emergências."

Procurada pela reportagem, a prefeitura de Porto Alegre disse que tem uma força-tarefa para limpeza e recolhimento de fios sem uso, que começou em janeiro do ano passado, e que, até o momento, foram retiradas mais de 80 toneladas de fios e cabos das ruas. A prefeitura diz ainda que entrou com uma ação na Justiça contra as empresas, e o judiciário determinou a criação de um comitê composto pelo município e pelas empresas.

Nota da prefeitura de Porto Alegre

A Prefeitura de Porto Alegre, por meio da Secretaria de Serviços Urbanos, informa que a força-tarefa para limpeza e recolhimento de fios em desuso, arrebentados e não identificados, abaixo de aproximadamente três metros de altura, iniciou em 12 de janeiro de 2024. O objetivo era dar segurança para os cidadãos e veículos que transitam pelas vias da cidade e, também, diminuir a poluição visual urbana. O trabalho foi interrompido durante a enchente de maio e retomado em julho por uma empresa credenciada e, em agosto, pelas equipes da Prefeitura, nas segundas, quartas e sextas. O cronograma é divulgado no site da Prefeitura. Até o momento, foram retiradas mais de 80 toneladas de fios e cabos por equipes da SMSUrb e pela empresa credenciada em cerca de 180 vias. Na plataforma 156+POA da prefeitura, na aba de fiscalização, o cidadão pode apontar os locais onde há fios e cabos arrebentados e caídos em calçadas.

Sobre a gestão dos fios e postes, a responsabilidade é da empresa que tem concessão federal de distribuição de energia elétrica e das empresas de telefonia. Cabe a ela verificar as irregularidades dos fios e cabos arrebentados ou pendurados. No entanto, por interesse público e por segurança, para diminuir riscos à população, a Prefeitura vem atuando com a Equipe da Força-Tarefa desta Secretaria, criada por determinação do Prefeito, no dia 12/01/2024.

Em março de 2024, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) ingressou com uma ação civil pública, responsabilizando judicialmente as empresas pela ausência de manutenção da infraestrutura de telecomunicação e energia. A Lei Municipal nº 11.870/2015 exige que concessionárias e prestadoras de serviços aéreos retirem fiações excedentes e sem uso, assegurando o cumprimento de normas setoriais.

A ação da prefeitura tramita na 20ª Vara Cível e de Ações Especiais da Fazenda Pública de Porto Alegre. Em decisão do dia 18 de outubro de 2024, a juíza Patrícia Antunes Laydner determinou a criação de um comitê composto pelo Município e pelas empresas, com prazo de 30 dias para elaborar um plano de trabalho e outros 30 dias para apresentar um cronograma definitivo de remoção dos fios. No despacho de 4 de dezembro, a juíza reforçou a urgência no cumprimento das obrigações acordadas, destacando a importância da participação ativa das empresas até a organização do cronograma.

Em decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), no dia 4 de dezembro de 2024, foi determinado que as empresas CEEE Equatorial, Vivo, TIM, Claro e Oi deveria participar semanalmente dos mutirões promovidos pela prefeitura para retirada de fios que estão fora de uso, mas ainda permanecem nos postes da cidade. A decisão foi tomada após a prefeitura relatar que algumas empresas reduziram significativamente sua atuação nos mutirões, descumprindo os acordos firmados e prejudicando o andamento das ações conjuntas. 

No dia 13 de janeiro deste ano, equipes da CEEE Equatorial e das operadoras de telefonia retornaram aos mutirões nas sextas-feiras. No momento, a força-tarefa da Prefeitura está dando uma pausa para que sejam realizados ajustes a fim de se adequar às demandas judiciais  em curso. No momento, a força-tarefa do comitê judicial, comanda pela CEEE Equatorial, está programada às sextas e sábados até o mês abril. Reuniões entre as partes,  para definir as responsabilidades,  acontecem nesta e na próxima semana.


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