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Zona Norte

Justiça nega pedido da prefeitura de Porto Alegre para retirada de moradores do bairro Sarandi

Decisão do juiz Mauro Borba determina ainda  suspensão imediata das obras no dique até que haja uma solução; Executivo diz que irá recorrer

26/03/2025 - 12h27min

Atualizada em: 26/03/2025 - 12h27min


Zero Hora
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Duda Fortes/Agencia RBS
Há 25 famílias que se recusam a sair de suas residências no bairro Sarandi.

A Justiça negou o pedido da prefeitura de Porto Alegre para retirada de moradores do bairro Sarandi, na Zona Norte. A decisão foi divulgada na noite de terça-feira (25).

O juiz Mauro Borba determinou ainda a suspensão imediata das obras no dique até que haja uma alternativa mediada pela Comissão Regional de Soluções Fundiárias do Tribunal de Justiça.

O Executivo, o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) haviam entrado com ação de reintegração de posse para a retirada de 25 famílias que se recusaram a desocupar o local.

No pedido consta aque os alagamentos na região foram potencializados por construções irregulares sobre a crista e o talude do dique, comprometendo a segurança estrutural. 

Conforme a prefeitura, 32 famílias aceitaram os benefícios habitacionais e autorizaram a demolição de suas moradias, enquanto 25 se recusaram a desocupar.

A prefeitura informou também que os ocupantes teriam direito aos benefícios de Compra Assistida ou Estadia Solidária.

Na decisão, o magistrado afirma que não há garantias de segurança para a remoção dessas famílias.  

"Os programas habitacionais, timidamente, oferecidos (Compra Assistida e Estadia Solidária) não possuem detalhes claros quanto ao modo e ao tempo de implementação, gerando incerteza sobre o destino das famílias", diz a decisão.

Borba também afirmou que a prefeitura não comprovou o risco imediato que justifique a retirada das famílias neste momento.

"No que se refere à urgência, embora haja necessidade de intervenção estrutural no dique Sarandi, não se evidencia risco imediato e concreto de colapso iminente, que justifique, neste momento, a desocupação forçada das famílias", aponta outro trecho da decisão.

Em nota, a prefeitura de Porto Alegre afirmou que irá recorrer da decisão.

Veja nota da prefeitura

"A Prefeitura, por meio da Procuradoria-Geral do Município (PGM), vai recorrer da decisão que interrompe as obras de reforço e elevação do dique do Sarandi, na Zona Norte. A estrutura de proteção é considerada fundamental para a proteção da região em caso de nova elevação do rio Gravataí.

A interrupção das obras, conduzidas pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), foi determinada pelo juiz Mauro Evely Vieira de Borba nesta terça-feira, 25, em resposta ao pedido de reintegração de posse da área à Prefeitura. Desde o último dia 13, o Dmae atuava na remoção das casas que já haviam sido desocupadas na rua Aderbal Rocha de Fraga. Ao todo, 31 residências construídas irregularmente sobre a estrutura de proteção foram demolidas.

Acolhimento - O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) mantém diálogo permanente com as famílias que residem às margens do dique, visando a manutenção da tranquilidade na desocupação da área. Das 57 famílias que precisam sair do local, 31 assinaram o termo de demolição e deram início aos trâmites para o atendimento habitacional definitivo, por meio do programa Compra Assistida.

O município também ofereceu aos moradores a opção do Estadia Solidária, que consiste no pagamento de R$ 1 mil no prazo de 12 meses ou até o atendimento habitacional definitivo pelo governo federal.

Histórico - As obras têm caráter emergencial e visam a elevação da cota da estrutura à marca de 5,8 metros - nível superior ao registrado na cheia histórica. Em 3 de janeiro, a primeira etapa foi concluída, compreendendo o trecho de 1,1 km localizado entre as Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) 9 e 10. Enquanto isso, no trecho que permanece habitado, a cota de proteção ainda varia entre 4 e 4,5 metros."


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