Se você tem crianças ou adolescentes na escola, leia esse texto com calma, pois esta semana descobri algo que mudou minha visão sobre uma parte importante da vida dos meus filhos. Para mim, aluno e estudante sempre foram sinônimos, mas isso não é verdade. Pelo contrário: em alguns aspectos, entender a diferença entre estudante e aluno pode mudar a forma como tratamos o potencial dos nossos pequenos e jovens. 

Vamos às diferenças: aluno é a condição de nossos filhos quando assistem à aula, recebem informação e conhecimento. Como alunos, podem até fazer perguntas, mas não estão produzindo, somente se abastecendo. Ser aluno é aprender a hora de fazer silêncio, mesmo que a cabeça e o coração queiram falar ou rebater. Aluno assiste às aulas, que geralmente são assistidas em grupo, o que como momento coletivo exige que perspectivas individuais não atrapalhem o andamento do coletivo. 

Estudar não é coletivo, o estudo é particular, solitário e íntimo. É o momento em que a partir do que aprendemos em aula construímos outras perspectivas a respeito do que foi ensinado. Como estudantes não somos pessoas passivas, é no estudo que colocamos para fora nossas opiniões e críticas. Quando tentamos ser estudantes e alunos ao mesmo tempo, não fazemos nenhuma das duas alternativas, ficamos distantes do saber e do produzir conhecimento. Na escola, a criança deve ser aluno, em casa ela deve ser estudante, pois limitar a relação com o conhecimento ao espaço escolar é não deixar que a pessoa cresça com a totalidade do que pode se tornar. Isso vale para a vida, todos temos que saber quando somos alunos da vida e estudantes dela.