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Direto da Redação

Michele Pradella: "Adolescência em debate"

Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

26/03/2025 - 16h50min

Atualizada em: 26/03/2025 - 16h50min


Michele Vaz Pradella
Michele Vaz Pradella
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Agência RBS/Agência RBS
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Das redes sociais aos debates na TV e no rádio, um assunto tem dominado a atualidade: a série Adolescência, disponível na Netflix. É o tipo de produção que divide opiniões, mas que, em geral, tem impressionado o público por seus temas e qualidade técnica.

A história contada em quatro episódios tem início com a prisão do menino Jamie, de 13 anos, acusado de assassinar uma colega da escola. O que parece, a princípio, uma narrativa policial, aos poucos se desnuda em várias camadas, e logo descobrimos que pouco importa se o garoto é ou não culpado pelo crime, a discussão vai muito além disso. O título, simples e autoexplicativo, personifica uma fase da vida em que estamos vulneráveis, com caráter em formação e, justamente por isso, suscetíveis ao bem e ao mal na mesma medida.

Os pais dos adolescentes de 2025, em sua maioria, cresceram sem computador, internet e muito menos smartphones. Passavam a adolescência trancados no quarto, mas os momentos de introspecção eram ocupados ouvindo música ou vendo televisão. Imaginem essa geração tentando dialogar com os jovens de hoje, que têm o mundo nas mãos, “amizades” virtuais que podem oferecer o melhor e o pior do ser humano. Esse choque geracional constrói um abismo entre pais e filhos, professores e alunos, como se fosse uma Torre de Babel onde cada um fala uma língua diferente.

É esse um dos temas abordados na série. Chama a atenção, em algumas sequências, como os adultos, mesmo tendo acesso ao que os adolescentes postam nas redes sociais, não decodificam as mensagens. Emojis “fofinhos” disfarçam ameaças, ataques e ódio, e podem ser o estopim para atos extremos.

Diálogo

Com a série no centro dos debates, talvez seja uma oportunidade de entendermos mais a fundo o que se passa nas cabecinhas adolescentes do século 21. Quem sabe assim, abrindo o diálogo, futuras tragédias possam ser evitadas.


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