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Moradores relatam perda de imóveis devido a alagamentos em Canoas

Residentes do Beco do Dirceu contam que situação dura anos e problema estaria na má estrutura dos bueiros

17/03/2025 - 16h55min

Atualizada em: 17/03/2025 - 16h55min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Eliane/Arquivo Pessoal
Comunidade já realizo mobilização para limpar os bueiros.

A perda de móveis de moradores na Rua do Dirceu, em Canoas, é cada vez mais comum para a comunidade. Os alagamentos na via ocorrem devido à má estrutura dos bueiros, que não dá conta de drenar toda a água. Segundo os residentes, a quantidade de água que escorre pela rua é tanta, que adentra nos lares dos moradores.

Morador há mais de 30 anos do antigamente chamado Beco do Dirceu, Sidnei Lima, 48 anos, relata que a situação vem de anos. Diversos vizinhos já tiveram prejuízos com os móveis de dentro de suas casas devido aos alagamentos. Ele percebe que, desde a construção de um loteamento na via de cima, na Rua Nazário, o problema ficou ainda mais grave.

Segundo ele, um cano foi colocado embaixo do Beco para tentar solucionar o problema, mas a pressão da água é tanta que extravasa por cima da rua.

— No ano retrasado, eu mesmo tive que desfazer e reconstruir a minha casa, para elevar e ver se não alaga, mas já estou vendo que a água está subindo cada vez mais — lamenta o morador. 

O serralheiro conta que, certa vez, foi necessária a mobilização dos moradores para limpar os bueiros, visto a gravidade da situação. Com a realidade da comunidade, há estabelecimentos que também vivem esse pesadelo, perdendo suas mercadorias:

— Tem um vizinho que perdeu o freezer e junto todas as carnes que tinha comprado. Outra vez, uma vizinha estava com a água até a cintura dentro de casa. É uma situação horrível.

Barricadas

Para Izolda Garcia, 57 anos, moradora há 16 anos do bairro, as barricadas na frente de sua casa e portão já são comuns em seu dia a dia. A cuidadora de idosos percebe que o problema vem se agravando ao longo dos anos, gerando cada vez mais perdas de bens para ela e seus vizinhos:

— Eu já perdi muitas coisas dentro de casa. Já comprei tudo de novo e perdi coisas novamente. A gente não tem mais esperança.

Ela relata que técnicos já estiveram lá para ver o problema, mas nada foi feito. Segundo ela, é necessário trocar a estrutura dos bueiros, que são bem antigos. A partir da construção do condomínio, localizado na Rua Nazário, onde se encontra o Beco do Dirceu, a vazão da água se intensificou.

Quando chove, o pátio de Izolda inunda e é preciso sair pelo outro lado da casa, mesmo com a utilização das barricadas. A moradora, que já perdeu até uma parte da cozinha devido aos alagamentos, relata que a rua é muito movimentada e “vira um caos” quando chove.

— Estamos há muito anos vivendo esse mesmo dilema. Eu nem choro mais quando alaga, nem me preocupo mais em comprar as coisas novas, porque sei que sempre vai estragar — desabafa a moradora. 

Problema é de conhecimento da prefeitura 

/// Procurada pelo DG, a Prefeitura de Canoas, por meio da Secretaria Municipal de Obras e Reconstrução, informou que o acúmulo de água nas imediações do Beco do Dirceu, no bairro Olaria, “é de conhecimento da administração municipal”. Ressaltou ainda que a secretaria está realizando um levantamento dos pontos da cidade em que situações semelhantes acontecem “para identificar suas origens e encontrar soluções”, sendo o Beco do Dirceu um dos pontos prioritários para receber essas ações.

Produção: Ana Júlia Santos


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