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Superlotação

"Não temos mais capacidade de ampliar leitos", diz secretário da Saúde de Porto Alegre sobre ocupação de hospitais

Um dos principais motivos para a alta demanda é a grande presença de pacientes vindos de outras cidades, especialmente da região metropolitana 

12/03/2025 - 10h18min

Atualizada em: 12/03/2025 - 10h18min


Júlia Ozorio
Júlia Ozorio
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Kathlyn Moreira/Agência RBS
Com pacientes nos corredores, UPA Moacyr Scliar opera quatro vezes acima da capacidade em Porto Alegre.

A ocupação de leitos hospitalares e de urgência se tornou motivo de preocupação na Capital. A análise é do secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha, na noite desta terça-feira (11). 

Segundo o secretário, a cidade está enfrentando uma lotação acima da média desde janeiro. Atualmente, são 232 pessoas em emergências hospitalares de Porto Alegre, levando em consideração as unidades de saúde de alta e média complexidade. Ele também afirmou que dos 4.930 leitos Sistema Único de Saúde (SUS) da Capital, 93% estão ocupados.  

(A ocupação de hospitais) entre 90%, 95%, 98% é o esperado. Com esse dado eu não me preocupo. O que me preocupa é deixar as pessoas esperando na porta de emergência — assinalou Ritter.

Segundo o secretário, há quatro leitos habilitados para queimados na Capital. Porém, hoje há 14 pacientes deste tipo, sendo que 12 são do interior do Estado. 

— Nós não temos mais condições de subsidiar isso com os recursos que a gente tem hoje. Nós não temos mais capacidade de ampliar leitos. A gente não tem nem espaço físico mais. Tudo que era possível a gente abriu — acrescentou o secretário, que está preocupado com a aumento da fila de atendimento.

Conforme Ritter, o tema será discutido na quarta-feira (12) com a secretária estadual de Saúde, Arita Bergmann. Devem comparecer ainda o prefeito Sebastião Melo e o secretário do Planejamento de Porto Alegre, Cezar Schirmer. 

Demanda de fora

— O que nos chama a atenção é que praticamente 50% das pessoas, 48,5%, são de fora de Porto Alegre, uma média que nunca chegou a esse patamar na nossa cidade — afirmou Ritter durante a entrevista.

Segundo ele, alguns fatores levaram a esse cenário, como o fechamento do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC), impactado pela enchente do ano passado. Outro elemento seria o fato de hospitais de cidades da Região Metropolitana, como Alvorada e Cachoeirinha, não conseguirem suprir a demanda de pacientes das próprias cidades. 

Nós não vamos mandar embora ninguém que não possa ser atendido em outros hospitais — garantiu.


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