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Garantir permanência

RS terá duas escolas estaduais de referência no combate ao racismo, anuncia secretária da Educação em evento em SP

Instituições de ensino servirão de exemplo para as demais, com ações e modelo pedagógico focado em relações étnico-raciais 

14/03/2025 - 14h33min

Atualizada em: 14/03/2025 - 14h33min


Sofia Lungui
Sofia Lungui
De São Paulo
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Sofia Lungui/Agencia RBS
Secretária Raquel Teixeira participou de painel.

A partir deste ano, o Rio Grande do Sul contará com duas escolas de referência no combate ao racismo. O anúncio foi feito pela secretária da Educação do RS, Raquel Teixeira, nesta quinta-feira (13), em evento em São Paulo (SP). Ela foi uma das convidadas no Encontro Anual Educação Já 2025, promovido pelo Todos Pela Educação

Segundo a titular da Seduc, duas instituições irão adotar o modelo: a Escola Estadual de Ensino Médio Professor Tolentino Maia, em Viamão, e o Colégio Estadual Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior, em Porto Alegre.

Tratam-se de unidades da rede que irão implementar ações e modelo pedagógico focado em relações étnico-raciais, para garantir a permanência e o sucesso acadêmico de alunos negros, tendo em vista as desigualdades que assolam o Estado. 

A cada cem alunos que ingressam nas escolas gaúchas no Ensino Fundamental, 53 abandonam a trajetória escolar em algum momento, segundo Raquel. O dado é do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).  

— Para mim, ter uma escola de referência antirracista é uma fase transitória, que espero que acabe. Eu quero uma escola boa para todos, que não precisa especificar se é para um ou outro — afirma Raquel. 

A secretária destacou que trata-se de um modelo piloto que, se render bons resultados, será implementado em outras instituições de ensino da rede. A iniciativa prevê promover um “ambiente educacional voltado para altas expectativas de aprendizagem, equidade, combate ao racismo e valorização da diversidade”.  

Entre os princípios adotados estão:

  • fortalecer identidade e direitos 
  • disseminar a consciência política e histórica da diversidade 
  • ações educativas e assegurar os direitos de aprendizagem 
  • redução das desigualdades educacionais 

Desde 2022, a Seduc conta com seu Programa de Educação Antirracista, que busca enfrentar as disparidades de aprendizagem entre estudantes de diversas origens étnico-raciais. 

O governo do Estado aderiu, junto aos 497 municípios gaúchos, à Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (PNEERQ), do governo federal. O programa recebe inscrições até esta sexta-feira (14). 

Painel sobre equidade 

A implementação da PNEERQ foi tema de um painel no encontro anual. Além de Raquel Teixeira, participaram do painel a secretária de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão do MEC, Zara Figueiredo, e a pesquisadora Petronilha Beatriz Gonçalves, da Universidade Federal de São Carlos. 

— Que sejamos valorizados pelas nossas diferenças, e não só por aquilo em que somos iguais. Somos um povo diverso, fisicamente, culturalmente. Temos que valorizar o que temos de diferente para construir um projeto comum. Continuemos nesta luta e que sejamos exitosos na construção de uma nação brasileira em que todos se sintam incluídos, participantes e contribuintes — afirmou Petronilha . 

*A repórter viajou a convite do Todos Pela Educação.


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