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Internado em Brasília

Após cirurgia, Bolsonaro não tem previsão para deixar a UTI, informa equipe médica

Ex-presidente foi operado durante 11 horas para reconstruir a parede abdominal. Ele foi encaminhado a hospital da capital federal após passar mal em Natal, no Rio Grande do Norte

14/04/2025 - 11h57min


Zero Hora
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MAGNUS NASCIMENTO/AFP
Jair Bolsonaro, que passou mal em evento do PL no Rio Grande do Norte, foi transferido para Brasília na noite de sábado.

Após mais de 11 horas de cirurgia no intestino, o ex-presidente Jair Bolsonaro não tem previsão de alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), segundo a equipe médica, em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (14).

O procedimento, realizado no Hospital DF Star, em Brasília, foi finalizado na noite deste domingo (13).

— Todas as medidas preventivas estão sendo tomadas, ele está na UTI nesse momento. Vai ser um pós operatório complicado e prolongado. Não há previsão (de alta) da UTI — diz o médico cardiologista Leandro Echenique, que integra a equipe responsável pelos cuidados com o ex-presidente.

A cirurgia visava liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. O procedimento precisou ser realizado por conta das múltiplas intervenções cirúrgicas aplicadas em Bolsonaro desde a facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018.

Echenique pontua que não houve nenhuma complicação cirúrgica, mas que as 48 horas seguintes ao pós-operatório são importantes para que o ex-presidente se recupere de maneira saudável. O cardiologista salienta que Bolsonaro passou uma sedação profunda, mas está acordado e até já fez "algumas piadinhas" com a equipe médica.

— Não houve nenhuma complicação, realmente foi o que era esperado. Um procedimento muito complexo. Agora nos cuidados pós-operatórios, quando há um procedimento muito prolongado como esse, o organismo do paciente acaba tendo uma resposta inflamatória muito importante, fica muito inflamado.

Michelle anunciou conclusão da cirurgia

O anúncio foi feito pela esposa do ex-presidente, Michelle, que comemorou o resultado em suas redes sociais na noite de domingo.

"Cirurgia concluída com sucesso! A Deus, toda honra e toda glória! Estou indo agora para a sala de extubação, onde poderei vê-lo. Em breve, os médicos darão uma coletiva com mais informações. Meu coração transborda de gratidão a cada um de vocês que tem orado, enviado mensagens e intercedido pelo meu amor. Obrigada por estarem conosco nesse momento tão delicado. Seguimos firmes, com fé e esperança!", escreveu.

Como foi a internação

O ex-presidente foi internado na sexta-feira após sentir fortes dores intestinais enquanto cumpria agendas no Nordeste. Na noite de sábado (12), foi transferido do Hospital Rio Grande, em Natal, para o Hospital DF Star, no Distrito Federal, onde constatou-se a persistência do quadro de suboclusão intestinal. A obstrução intestinal impede ou reduz significativamente a passagem de alimentos, líquidos, secreções digestivas e gases pelo intestino.

Cláudio Birolini, cirurgião geral que acompanha Bolsonaro, explicou no sábado que a suboclusão intestinal é comum em pacientes submetidos a várias cirurgias, como é o caso do ex-presidente. Segundo ele, na maioria dos casos, o quadro é revertido com medidas clínicas, como jejum, descompressão gástrica com sonda e hidratação parenteral. Nos episódios anteriores, a recuperação foi rápida. Desta vez, porém, foi necessária uma intervenção cirúrgica.

Conforme Birolini, a decisão pela cirurgia decorreu da elevação dos marcadores de inflamação (PCR) apresentados pelo ex-presidente. O índice saudável é abaixo de um, mas Bolsonaro chegou a atingir 150, informa o cirurgião.

Não foi culpa do pastel com caldo de cana

Birolini afirma que o quadro atual do ex-presidente ainda é impacto da facada sofrida em 2018. Ele afasta a possibilidade de haver relação com a alimentação de Bolsonaro, ou com "o fato dele comer pastel com caldo de cana".

— Nós não conseguimos identicar nenhum tipo de alimentação que pudesse ter desencadeado o quadro atual. Uma alimentação muito cheia de fibras e salada, casca de fruta, casca de camarão, pipoca, isso pode realmente desencadear um quadro suboclusivo num paciente com predisposição existente. No momento atual, nós não identificamos nada. O fato dele comer pastel com caldo de cana não afeta isso aí.

Recuperação

A equipe médica informou que Bolsonaro deverá utilizar uma cinta abdominal pelos próximos três meses. Birolini afirma que vai tentar "segurar" o ex-presidente, mas reconhece que Bolsonaro tem uma agenda cheia de compromissos e deixou em aberto a possibilidade de viagens.

A expectativa da equipe médica é que o padrão de vida de Jair Bolsonaro seja superior ao pré-operatório, com restrições apenas nestes momentos iniciais de recuperação.

— A expectativa é que ele volte a ter uma padrão de vida melhor, se alimentar melhor. E a nossa expectativa é que seja sem restrições, exceto agora no pós-operatório imediato, nesses próximos três meses que precisa conter a parede abdominal com cinta.


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