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Em Erechim

“Como confiar depois disso?”, diz homem que recebeu cinzas trocadas após cremação da mãe

Sidonia Ana Vesoloski morreu no dia 8 de março e foi cremada no dia 10. Porém, sua família recebeu uma urna com cinzas etiquetadas com o nome de um homem 

09/04/2025 - 13h13min

Atualizada em: 09/04/2025 - 13h13min


Gabriel Quadros
Gabriel Quadros
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Arquivo Pessoal/Divulgação
Um mês após a morte de Sidonia, Leandro Vesoloski ainda aguarda receber as cinzas da mãe.

Há um mês, a família Vesoloski, de Erechim, cidade do norte gaúcho, enfrenta uma dor que vai além da perda. Sidonia Ana Vesoloski, morreu no dia 8 de março, vítima de um câncer no pâncreas. Sua última vontade era ser cremada e ter suas cinzas espalhadas pelo jazigo da família no cemitério da comunidade Escola Branca, onde cresceu. Porém, um erro do crematório transformou o luto em incerteza.

No dia 29 de março, durante uma reunião familiar em homenagem à mãe, o filho de Sidonia, Leandro Vesoloski, abriu a urna recebida e se deparou com a surpresa. Uma etiqueta identificava o pacote com o nome de um homem.

— Quando puxei o pacote, vi o nome de outra pessoa. Era de um homem desconhecido, não da minha mãe. Minha tia passou mal, todo mundo ficou em choque — relatou. 

O desespero tomou conta da família, que foi em busca de respostas.

A explicação do crematório

O Crematório Anjos de Luz assumiu o equívoco em um documento enviado aos familiares. Nele, a empresa afirma que as cinzas de Sidonia estão corretamente identificadas no columbário — local onde ficam guardadas as cinzas no crematório — e se ofereceram para repassá-las à família. No entanto, os Vesoloski recusaram a nova entrega, exigindo uma comprovação por parte do crematório.

— Como podemos ter certeza de que não houve outro erro? Como confiar depois disso? — questionou Leandro.

No documento, o crematório também lamentou o ocorrido e afirma ter "segurança, respeito e confiabilidade em cada processo". Mas para os familiares, as palavras não bastaram, como explicou o advogado que os representa, Flávio Benvegnu Júnior:

— A família está abalada e não tem segurança de que as cinzas oferecidas são mesmo da Sra. Sidonia. Essa comprovação pode ocorrer de forma extrajudicial, desde que efetivamente exista como comprovar que as cinzas são dela — declarou.

Arquivo Pessoal/Divulgação
Família de Sidonia recebeu urna com as cinzas de um homem identificado como José.

Um mês de saudade e espera

Nesta terça-feira (8), completou-se um mês da morte de Sidonia. Uma data que deveria ser marcada por uma homenagem no jazigo da família, se transformou em mais um dia de espera e dor.

Minha mãe merecia um descanso digno. Agora, só queremos ter certeza de que ela está onde deve estar — desabafa o filho.

Em nota, o Crematório Anjos de Luz disse que segue "rígidos protocolos de identificação". Afirmou ainda que prestou todo apoio aos familiares e que as cinzas em questão estão à disposição da família para a retirada.

Confira a nota do crematório na íntegra

"O Crematório Anjos da Luz informa que todos os procedimentos de cremação seguem rígidos protocolos de identificação, com registro sistematizado e rastreável em cada etapa. Nossa prioridade é prestar serviços com dignidade, respeito e cuidado. 

No caso em tela, medidas imediatas foram tomadas, dentre as quais:  

— Apoio e suporte à família;

— Revisão de processos na entrega das cinzas;

— Treinamento adicional para a equipe.

Salienta-se que as cinzas do ente querido em questão estão no crematório, devidamente identificadas, conforme protocolo, bem como seguem à disposição da família para retirada.

De igual modo, seguimos à disposição para responder quaisquer esclarecimentos ou preocupações que nossos clientes possam ter."


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