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Direto da Redação

Elisa Heinski: "Os 30 segundos"

Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano

30/04/2025 - 05h00min

Atualizada em: 30/04/2025 - 05h00min


Diário Gaúcho
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Agência RBS/Agência RBS
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Às vezes o que a gente precisa é de 30 segundos de inspiração e 15 minutos de transpiração. Pensei isso ontem, enquanto escrevia essa coluna. Minha cabeça estava vazia. Acho que se alguém fizesse toc-toc nela daria eco. Tinham sido semanas difíceis, eu estava cansada e a minha última xícara de café tinha sido ao meio dia. Enquanto apelava até para os deuses que não acredito por uma ideia qualquer, pensei: o que preciso é de 30 segundos de inspiração e 15 minutos de transpiração. 

Falo isso, pois já me peguei muitas vezes nessa situação. Adiando coisas que tinham de ser feitas de um jeito ou de outro. Eu sabia que adiar não levaria a lugar algum. Fazer acabaria com o limbo. Mas começar é sempre o mais difícil. 

Muitas vezes, é melhor começar de qualquer jeito, pelo menos para começar. Depois a gente arruma o que tiver de arrumar e refaz o que ficar ruim. Quando tenho de escrever um texto – normalmente quando gosto muito da pauta – tenho dificuldade de dar o primeiro passo. Quero que tudo saia perfeito, e aí travo. Fico encarando o cursor piscando e ouvindo um zunido na minha mente. Mas aí os 30 segundos que nunca falham vêm e os próximos 15 minutos são de um insano tic-tac de dedos no teclado. 

Não quero me vangloriar pela ideia que coloquei acima, porque é uma adaptação de uma frase do Thomas Edison. Sim, o gênio que criou a lâmpada. Que, pelo visto, era gênio também na hora de escrever frases. Mas acho que os conselhos podem ser válidos para alguém. 

Já me peguei procrastinando para fazer algo que no fim era muito mais fácil do que parecia. E o alívio de ter feito foi maior do que qualquer preguiça ou vontade de desistir. A satisfação de ter terminado algo que estava rondando meus pensamentos há dias, e a alegria de finalmente poder riscar a tarefa da lista dos afazeres não tem preço. Depois dos 15 minutos suando – algumas vezes, nem precisou de tanto tempo – estava pronto. Como um passe de mágica. Que nem essa coluna. 



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