Esses dias quando eu tomava um café forte, com um quadradinho de chocolate, enquanto lia meus e-mails, comecei a refletir sobre hábitos. Aquelas coisas que fazemos todos – ou quase todos – os dias por puro… hábito! Que nos preenchem de certa forma e que podem ser tão únicos que definem o que uma pessoa é. Aquelas ações que, em uma carta de amor, ou em um ato fúnebre, alguém vai lembrar: “Fulano fazia isso!”. 

Um dos meus filmes preferidos, História de um Casamento, estrelado brilhantemente pela Scarlett Johansson e pelo Adam Driver, começa assim. Com o casal falando as pequenas coisas que fazem eles serem quem eles são. Explico: ela sempre levava uma xícara de chá que não bebia para todos os cômodos e ele sempre comia de um jeito que parecia que ia devorar as coisas, por exemplo.

Eu tenho diversos desses rituais diários e imagino que você, leitor, também tenha. Tomar café com chocolate é um deles. Depois que descobri que uma redação de jornal é movida a café e que quem não toma recebe alguns narizes tortos por aí, decidi incluí-lo na minha rotina. Hoje já tomo até sem açúcar! 

Antes de sair de casa ou de dormir, eu confiro se a geladeira está fechada e se todas as bocas do fogão estão desligadas. Pensando bem, talvez isso já seja um pouco de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Falando nisso, eu também realizo autodiagnósticos para tudo (o que é muito errado). Uma simples dor de cabeça vira um tumor cerebral na minha imaginação, uma dor nas costas, pedra nos rins, e uma urticária pode até se transformar numa sarna. 

Em resumo, todos temos coisas que fazemos repetidamente, sejam elas boas ou ruins. Muitas pessoas, inclusive, têm o ato de ler o Diário Gaúcho pela manhã como parte da rotina. E tem gente desse lado do papel que considera fazer o seu DG, escrevendo ou editando reportagens, imprimindo ou vendendo nas ruas, um hábito. Amanhã, esse hábito — seu e nosso — completa 25 anos. Que nos próximos anos consigamos honrá-lo cada vez mais!