O ano era 2011 e, na época, por meio de um classificado publicado pelo DG, Estanislau Araujo, aos 27 anos, conseguiu seu primeiro emprego de carteira assinada. Vindo do Interior e em busca de oportunidades, ele comprava o jornal todos os dias para acompanhar as vagas de emprego, e mandava currículos para as empresas. Em meio às dificuldades para sustentar sua família, foi incentivado pela esposa a concluir o EJA (Educação de Jovens e Adultos) e a ingressar na universidade.

A contratação por uma empresa de materiais de construção, como conferente, foi o passo inicial para melhorar sua situação. E, mais uma vez, o Diário Gaúcho esteve presente em sua caminhada. 

Araujo foi personagem da seção especial A Vida no Batente, em que foi acompanhado pela reportagem durante o período de um ano. Nas matérias, um especialista auxiliava ele e outros trabalhadores com dicas para ascender na vida profissional. 

Reconhecido pelo bom trabalho que estava apresentando na empresa, Araujo conseguiu subir de cargo muito rápido. Passou de conferente a líder de carga e descarga, ainda com 28 anos.

Novos rumos

Passado um tempo nesta mesma empresa, enquanto concluía seus estudos, mais uma oportunidade bateu na porta. Com a primeira publicação da série no jornal, ele conseguiu seu segundo emprego como tarefeiro no Sport Club Internacional, trabalhando somente nos dias em que a equipe jogava: 

— Através do jornal que um conhecido me viu e indicou para trabalhar no Inter. E assim eu fui evoluindo, conseguindo mais empregos depois desse. 

Ao passar dos meses, vendo que estava com uma rotina muito corrida, o trabalhador decidiu sair de seu primeiro trabalho, seguindo a dica dos especialistas que apareciam na reportagem: 

— Uma vez por mês saía uma dica no jornal, uma delas era que não adiantava eu querer fazer tudo ao mesmo tempo, precisava focar em uma coisa só. 

Além disso, Araujo pegou gosto pelo trabalho que estava desenvolvendo no clube de futebol, e depois de um tempo, foi contratado efetivamente para o cargo de segurança, acompanhando a rotina dos jogadores e viajando para diferentes cidades.

Sonho realizado

Após quatro anos como funcionário do Inter, a realização no cargo que estava despertou nele a vontade de ter seu próprio negócio. Com as orientações que estava recebendo, Araujo tomou a decisão ousada de sair do clube e abrir sua empresa, a Araújo Segurança:

— Eu vi o que a gente chama de "nicho de mercado". Quando eu viajava com o Inter para o Interior, eu via os problemas de segurança que tinha. Pensando nisso, montei a minha empresa e comecei a prestar serviços para os clubes de futebol. E hoje sou referência de segurança em eventos esportivos. 

Fundada em 2013, a Araújo Segurança atende clubes esportivos e de lazer, bares, agências de eventos e casas de festas. Segundo Araújo, todos os funcionários são freelancer e atendem serviços como: bombeiro civil, cozinheira, higienização, salva-vidas, segurança e recepção. 

O início não foi fácil, relata o proprietário, que destacou que passou por muitos altos e baixos ao longo do crescimento da organização, devido a falta de dinheiro para investir. Mas, aos poucos, pôde realizar seu sonho. 

— Eu acredito que eu estou nesse patamar porque aproveitei muitas dicas que me foram passadas. Foram essenciais. Graças ao Diário Gaúcho que eu tenho a minha empresa — constata o proprietário.

Para homenagear o 25º aniversário do Diário Gaúcho, o jornal realizou três reportagens especiais, incluindo essa. Como a leitura do DG mudou ao longo dos anos entre gerações e o leitor que guarda todas as edições do dia do seu aniversário são as outras duas partes. Clique nos links para ler as matérias.

*Produção: Ana Júlia Santos