Coluna da Maga
Magali Moraes: bola a gol
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho


No sábado de Páscoa, assisti a Conclave no Prime sem imaginar que dois dias depois o querido Francisco morreria. Foi uma aula sobre os bastidores da votação de um Papa, assunto que agora monopoliza as notícias. Tanto interesse fez o filme, de um dia pro outro, se tornar o mais assistido da plataforma e retornar aos cinemas. Todo mundo quer saber o que acontece no isolamento da Capela Sistina, não só esperar a fumaça preta ou branca sair pela chaminé do Vaticano.
Por que até quem não é católico se interessa pela morte de um Papa? Tem o carisma inegável do argentino que conquistou a gente com sua humildade e ações que renovaram a Igreja Católica. Tem esse ritual misterioso do conclave, algo que parece inventado mas é a realidade em pleno 2025. E também a grandeza do acontecimento: estamos acompanhando em tempo real um momento histórico – mas com uma quantidade de informações que tonteia a gente.
Vinho
No TikTok, viralizou um vídeo feito com inteligência artificial onde o Papa Francisco e Jesus transformam água em vinho e fazem selfie voando no céu. É fofo? Divertido? Sem noção? Não sei responder, e aposto que vem muito mais. Quantos memes santificados serão criados? Hoje em dia, é cada homenagem que se inventa. Fora o mau gosto das fotos com caixão aberto. Não parece que estamos acompanhando um grande show ou o último capítulo da novela? Somos todos a Ilze Scamparini, no alto de um terraço romano, observando tudo.
Numa viagem a Roma, tive a oportunidade de conhecer o Vaticano e, lá dentro, inesperadamente chorei litros de emoção. Conheci a Capela Sistina e seu teto pintado por Michelangelo e outros artistas renascentistas. É de cair o queixo de tão linda. O tour é rápido, turistas são proibidos de tirar foto porque o flash das câmeras prejudica pinturas antigas (e por sinal de respeito). Respeito é bom e a gente gosta, né? Papa Francisco também. Que descanse em paz, aqui tá uma muvuca.