A nossa intenção como pais é dar aos nossos filhos a melhor experiência na Terra, mas, por outro lado, temos que prepará-los para viverem nesse mundo de forma independente e autônoma. Unir essas duas realidades é o grande desafio, pois quando geramos conforto, muitas vezes fazemos com que eles não aprendam com as consequências das próprias decisões. O colchão de apoio que evita que se quebrem também pode ser o mesmo que induz que cometam o mesmo erro várias vezes. A rigidez excessiva gera em nossos filhos insegurança ou revolta, fazendo com que o desejo de fazê-los fortes saia pela culatra. Não existe fórmula, pois cada situação é única, mas algumas dicas são sempre úteis. 

A primeira é não cortar a comunicação com nossos filhos. Precisamos estar dispostos ao diálogo. Isso não significa que vamos passar a mão na cabeça, mas que não faltarão ombros e ouvidos. Outro ponto é que as emoções contaminam as lições. Quando estamos querendo acolher sem levar em conta se nosso filho entende que ele precisa arcar com suas responsabilidades, estaremos os prejudicando. Mas quando estamos preocupados em punir sem que eles tenham uma compreensão real do que gerou a situação, vamos só gerar sofrimento. 

Além disso, quero dizer aos pais que essa geração tem outro ritmo de aprendizado. Apesar de terem acesso à tecnologia, eles não assimilam com rapidez as situações que estão bem na sua frente. Tentar esfregar a verdade na cara deles não ajuda. Pelo contrário, só cria neles uma necessidade de provar que estamos errados. O ideal é que façamos eles acreditarem que chegaram sozinhos à solução dos problemas. Os colchões precisam garantir que nossos filhos não se machuquem, mas eles precisam sentir o impacto da queda, afinal um dia não estaremos mais aqui e, se não estiverem treinado, vão dar com a cara no chão.