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Porto Alegre pode ficar parcialmente submersa até 2100, indica estudo; entenda

Pesquisa de universidade de Singapura prevê cenário catastrófico em áreas costeiras caso nível dos mares suba até 1,9 metro

10/04/2025 - 09h36min

Atualizada em: 10/04/2025 - 09h38min


Zero Hora
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Climate Central/Reprodução
Ilhas e Lami estão entre as regiões que ficariam parcialmente submersas em Porto Alegre.

Porto Alegre pode ficar parcialmente submersa até 2100. É o que indica um estudo da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, que estudou o impacto da elevação do nível dos mares.

A pesquisa foi publicada na revista Earth's Future e projeta que o mar pode subir até 1,9 metro até 2100 — cenário que colocaria algumas cidades sob risco de alagamentos permanentes em algumas áreas.

No Brasil, além de Porto Alegre, Macapá, Recife e Rio de Janeiro aparecem entre as áreas em risco no ano usado como referência pela pesquisa. As simulações foram feitas com base em ferramenta interativa da Climate Central.

Conforme os autores do estudo, a projeção combina múltiplos fatores, como o derretimento previsível de geleiras e o colapso menos previsível de plataformas de gelo. A integração desses processos pode oferecer uma estimativa mais precisa do aumento global do nível do mar.

— Nossa nova abordagem lida com uma questão-chave na ciência do nível do mar: diferentes métodos de projeção frequentemente produzem resultados amplamente divergentes — explicou o pesquisador Benjamin Grandey, principal autor da pesquisa.

Áreas de risco

Conforme a ferramenta interativa da Climate Central, Porto Alegre está entre as cidades brasileiras que podem sofrer inundações com a elevação do mar.

Embora não esteja na costa oceânica, a proximidade com a Lagoa dos Patos e a baixa altitude em alguns locais tornam Porto Alegre vulnerável a transbordamentos e alagamentos caso o nível do mar avance na proporção prevista.  

As Ilhas e o Lami, por exemplo, seriam algumas das áreas impactadas, segundo simulação da ferramenta.

Crise climática

Em escala global, os pesquisadores estimam que milhões de pessoas serão afetadas. A Ilha de Marajó, no Pará, por exemplo, pode perder mais da metade de sua área, e grandes áreas da bacia do Rio Amazonas seriam outras zonas vulneráveis.

Fora do Brasil, Barranquilla, na Colômbia, Maracaibo, na Venezuela, e Punta Del Este, no Uruguai, estariam entre algumas das cidades que podem ser "engolidas" pelo avanço do oceano.

O professor Benjamin Horton, diretor do Observatório da Terra de Singapura, indica que os dados representam um avanço na compreensão dos cenários extremos e reforçam o alerta para a crise climática global.

— Esta pesquisa da NTU representa um avanço significativo na ciência do nível do mar. Ao estimar a probabilidade dos cenários mais extremos, ela destaca os impactos graves da elevação do mar nas comunidades costeiras, infraestrutura e ecossistemas, o que evidencia a necessidade urgente de combater a crise climática — afirmou.


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