SEU PROBLEMA É NOSSO
255 Caldre Fião é raridade nas paradas de Porto Alegre
Segundo relatos de usuários, linha perdeu horários no período da pandemia, o que ocasiona superlotação e longa espera.


Luiz Carlos Almeida, 31 anos, utiliza o transporte público praticamente todos os dias. Ele depende de ônibus para se locomover entre sua casa, no bairro Partenon, e seu trabalho, no centro da Capital. Porém, os últimos quatro anos têm sido de dificuldades para o trabalhador.
Luiz relata que a linha 255 Caldre Fião não possui veículos suficientes para a demanda diária de passageiros. Morador da zona leste de Porto Alegre há mais de 30 anos, Luiz Carlos vem demonstrando sua insatisfação com os ônibus.
Sua jornada ao trabalho dura em média 30 minutos, porém sua viagem se estende quando ele precisa esperar na parada por um segundo transporte, porque o primeiro estava superlotado e Luiz não conseguiu entrar no coletivo.
No terminal Uruguai, localizado no Centro, o trabalhador relata que, próximo às 18h, os passageiros chegam a formar duas filas de espera, uma para o ônibus que irá chegar e outra para o próximo.
E o tempo de espera de um para o outro pode chegar a 40 minutos. De segunda a sexta-feira, o cenário se repete, principalmente em horários de pico.
– Às vezes, eu pego no Centro ou na Avenida Bento Gonçalves e sempre vem cheio, venho cansado e ainda preciso esperar outro ônibus. É difícil – desabafa Luiz.
As mudanças foram percebidas após a pandemia. O período de menor circulação dos coletivos e dos passageiros fez com que a linha perdesse horários. Com a normalização dos serviços e os trabalhadores retornando para o presencial, foi percebida a dificuldade para voltar para casa.
Finais de semana
Para além dos horários semanais, os finais de semana são um desafio para Luiz. Ele conta que aos domingos apenas um ônibus fica em circulação, e chega a demorar mais de duas horas até que o veículo passe de novo.
O trajeto até o trabalho acaba se estendendo, pois ele precisa, aos sábados e domingos, pegar dois ônibus para chegar no Centro.
O morador do Partenon relata que já abriu diversos protocolos com a EPTC e a prefeitura. As reclamações nunca obtiveram retornos positivos sobre as possíveis melhorias.
– A gente pede para melhorar, para os passageiros se sentirem melhor atendidos. Relatamos para a EPTC e a empresa responde que não tem condições - comenta.
Entre as solicitações, ainda está a ampliação dos horários dos ônibus. Segundo Luiz, o primeiro horário de saída do ônibus é às 5h50min, entretanto, eles aconselham que o primeiro horário seja às 5h30min.
Contraponto
/// A Secretaria de Mobilidade Urbana e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informam que a linha 255 – Caldre Fião tem sido fiscalizada regularmente e, após pedido protocolado em 25 de abril, foi intensificada a fiscalização para averiguar, entre outros itens, o cumprimento da tabela horária. No dia 25 de abril, foi verificado o atraso em dois horários da linha 255 e em ambos os casos a empresa ViaLeste, do consórcio responsável pela Bacia Operacional Leste/Sudeste, foi autuada.
/// Nos outros dias não foi verificado nenhum atraso superior a 10 minutos nas partidas no Terminal Centro. De qualquer forma, a fiscalização da EPTC encaminhou para o setor de dimensionamento do transporte público um pedido de estudo de ampliação da oferta, que será utilizado para fazer ajustes que vão otimizar a operação.
/// A EPTC orienta que, quando o cidadão identificar a necessidade de reforço na oferta de viagens, ou para críticas ou sugestões, é importante que faça o registro através das plataformas da Central de Atendimento ao Cidadão 156 ou do número 118, para que a prefeitura possa fiscalizar, analisar e providenciar estas demandas.
*Produção: Josyane Cardozo