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Região Metropolitana 

Com hospital superlotado e sem UPA, pacientes de Alvorada buscam por atendimento médico em Porto Alegre

Instituição opera com lotação de 260% e apenas casos considerados com risco estão sendo atendidos 

19/05/2025 - 15h59min

Atualizada em: 19/05/2025 - 16h00min


Lisielle Zanchettin
Lisielle Zanchettin
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Lucas Abati/Agencia RBS
Hospital de Alvorada tem enfrentado superlotação e demora no atendimento.

Com mais de 187 mil moradores, Alvorada, na Região Metropolitana, enfrenta dificuldades no setor de saúde pública. Com falta de uma unidade de pronto atendimento (UPA), a população é direcionada até o único hospital da cidade. No entanto, a instituição está superlotada e opera com restrições.

A reportagem de Zero Hora esteve nesta segunda-feira (19) conversando com pacientes e moradores do município. Segundo os relatos, a saída é procurar atendimento em Porto Alegre.

Administrada pelo grupo Ana Nery, o hospital de Alvorada pertence ao governo do Estado. De acordo com o diretor da instituição, João Marcelo Goulart, a emergência do local opera com lotação de 260% e, por isso, apenas casos considerados com risco estão sendo atendidos. Também há superlotação dos leitos clínicos e de enfermaria.

— A medida busca preservar a segurança dos pacientes já internados no hospital e também da equipe. Não deixamos de atender nenhum paciente, mas casos classificados com menor risco são avisados sobre o tempo de espera — explicou o diretor.

A moradora do bairro Sumaré, Silvia Regina Chaves Pereira, 59 anos, buscou por atendimento na manhã desta segunda, mas foi alertada sobre a demora do atendimento no hospital:

— Falaram que poderia levar até 10 horas para ser atendida. A prioridade é para quem está morrendo. Como vou ficar aqui com dor sem saber se serei atendida. Não tem especialista no hospital, está muito complicado.

Ciente da situação em Alvorada, Claudionara de Melo, 49 anos, relata que prefere buscar as instituições de saúde da Capital para ser atendida:

— Prefiro e sempre vou para o Hospital Conceição. Vejo muita gente falar mal do hospital de Alvorada, que faltam as coisas. Então vou direto para Porto Alegre, mesmo que demore, lá tem tudo.

Por volta das 12h, conforme dados do painel de monitoramento da prefeitura de Porto Alegre, 220 pacientes internados em leitos hospitalares eram residentes de Alvorada.

Limitações

Referência para maternidade, o Hospital de Alvorada não atende situações consideradas de alta complexidade. Já em casos de traumatologia, por exemplo, os pacientes são encaminhados pelo sistema estadual para o Hospital Restinga, na Capital. Também não conta com unidade de terapia intensiva adulta nem equipamento para tomografia.

A limitação técnica e a falta de estrutura do município são apontadas como problemas para a superlotação no Hospital de Alvorada. Conforme o diretor João Marcelo Goulart, a instituição se torna a primeira alternativa da população: 

— Acredito que o hospital cumpra o papel na rede e que atende além da sua capacidade, mas o cenário do município é difícil. O fato de não ter uma UPA torna o hospital como referência para praticamente todas as demandas e não temos estrutura para isso.

Falta de recursos

Segundo o município, a criação de uma UPA é uma demanda essencial. No entanto, faltam recursos. O problema da saúde é visto como amplo, já que a população cresceu, mas os recursos estaduais e federais não acompanharam.

Além do hospital, Alvorada tem um Centro de Saúde, que atende apenas casos de baixa complexidade, um Centro de Especialidade, uma farmácia básica e 18 unidades de saúde.


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