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Com superlotação em Porto Alegre, Santa Casa usa área de convênios para emergência SUS

Diretor-geral da instituição, Júlio Matos comentou a situação do hospital em entrevista ao "Gaúcha Atualidade" desta segunda-feira

26/05/2025 - 15h55min

Atualizada em: 26/05/2025 - 15h58min


Kathlyn Moreira
Kathlyn Moreira
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Santa Casa/Divulgação
Área de convênios foi adaptada para receber pacientes de emergência SUS na Santa Casa de Porto Alegre.

Para tentar lidar com a superlotação das emergências em Porto Alegre, a Santa Casa de Misericórdia está utilizando uma área de 27 leitos que era destinada a pacientes de convênio e particulares para dar conta da alta demanda de pessoas que buscam o serviço de urgência pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A mudança entrou em vigor na semana passada e foi confirmada nesta segunda-feira (26) pelo diretor-geral da Santa Casa, Júlio Matos.

— Nós acabamos fechando uma das nossas unidades de convênios e particulares e estamos utilizando aquela unidade como uma extensão da nossa emergência para poder não deixar estas pessoas em cadeiras, numa situação que, para a Santa Casa, é muito ruim, porque ela sustenta o déficit SUS através dos convênios de particulares — explicou em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

Matos ressaltou que a extensão serve para "oferecer minimamente uma assistência digna para essas pessoas". Na manhã desta segunda, a emergência SUS da instituição destinada para atendimento adulto contava com 246% de superlotação, recebendo apenas pacientes encaminhados por órgãos públicos. São 69 pacientes para uma estrutura de 28 leitos.

Já a emergência para atendimento particular e convênios, tanto a adulta quanto a pediátrica, está com restrição para casos leves e de menor gravidade em razão da alteração de espaços. Ambas estão com cerca de 90% de lotação.

Quanto ao SUS, o diretor explicou que foi ampliado o quadro de pessoal para suportar 45 pacientes em boxes individualizados, mas também ocupando salas vermelhas, de isolamento, e poltronas reclináveis de medicamentos. Segundo ele, acima desse quantitativo, a estrutura fica comprometida.

— Às vezes (o paciente fica) dois, três dias aguardando a disponibilidade de um leito — afirmou Matos.

O diretor contou que a instituição já suspendeu procedimentos cirúrgicos de maior complexidade que requerem leitos de UTI para recuperação. De acordo com o diretor, na sexta-feira (23), havia 10 pacientes de UTI internados na emergência. Citando o colapso no sistema de saúde da Região Metropolitana, que faz com que muitos pacientes busquem a Capital, Matos reforçou o apelo por urgência de decisões por parte das autoridades.

— É muita tratativa, houve uma combinação do Estado com o município de Porto Alegre de o Estado assumir a área hospitalar de média e alta complexidade. Depois houve um recuo e nós precisamos, nós não podemos ficar no meio-termo, esperando, afinal de contas, quem vai resolver isto. É necessário grandeza dos nossos gestores para sentar, focar nas pessoas em primeiro lugar, afora o contexto político — defendeu.

Assista ao programa na íntegra



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