Região Metropolitana
Com todos os leitos ocupados, pacientes levam até oito horas para atendimento no Hospital de Cachoeirinha
Município admite que vive cenário de esgotamento do sistema de saúde; Operação Inverno será lançada nos próximos dias


Os moradores de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, enfrentam longa espera e dificuldades para o atendimento em saúde. O Hospital Padre Jeremias opera com lotação em todos os leitos adultos nesta quarta-feira (21).
De acordo com a instituição, 30 pacientes estão internados em 28 leitos disponíveis — lotação de 107%. A situação impacta a espera pelo atendimento. Segundo pacientes, a demora pode levar até oito horas.
— Nas unidades básicas, não tem atendimento médico, a UPA também está difícil e no hospital demora ainda mais. A triagem é rápida, mas o atendimento leva de quatro a oito horas. Se estiver morrendo, tem que segurar na mão de Deus e torcer para ser chamado — diz Janine da Silva Dias, 28 anos, moradora do bairro Vista Alegre.
O hospital é estadual, mas administrado pelo grupo Ana Nery. A instituição é referência para a área de maternidade e pediatria. No entanto, não tem bloco cirúrgico para grandes especialidades e nem Unidade de Terapia Intensiva. Com isso, os casos são encaminhados para Porto Alegre.
De acordo com dados da prefeitura de Porto Alegre, na manhã desta quarta-feira, mais de cem pacientes internados na Capital são moradores de Cachoeirinha.
Especialistas
A falta de especialidade é uma situação que causa incômodo aos pacientes. José Nicolas, morador do município, afirma que, em meses, nunca foi atendido por um médico especialista em coluna:
— Eu venho semanalmente com crises de hérnia de disco. Aplicam injeção e me mandam embora. É sempre um clínico, nunca um especialista. E além disso, tem que esperar muito para ter um atendimento mínimo.
De acordo com a prefeitura, em caso de consultas com especialistas, os pacientes são cadastrados no sistema estadual. Após, é necessário aguardar para ser chamado pelo município de referência.
Operação Inverno
Outro problema relatado é a falta de equipamento para tomografia. Nesse caso, de acordo com a prefeitura, os pacientes do hospital e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) são levados até Viamão para realizarem o exame.
O município admite que vive um cenário delicado e de esgotamento do sistema de saúde. No entanto, enfrenta falta de recursos para a criação de uma segunda UPA, por exemplo. Como alternativa, uma Operação Inverno será lançada nos próximos dias para ampliação dos atendimentos.