Segunda passada, escrevi sobre isso. Em uma semana, deu um estirão de crescimento na loucurada. As notícias que se lê mais parecem piada. É casal brigando na justiça pela guarda do bebê reborn. É a prefeitura de Curitiba avisando que os assentos preferenciais de ônibus não incluem mães de bebê reborn. É projeto de lei sendo protocolado pra que essas bonecas hiper-realistas não sejam atendidas em hospitais do SUS, além de multa pra fura-fila reborn. Socorro!

Que baita oportunidade pra psicólogos, psiquiatras e psicanalistas. Não tá legal isso daí. Misturar fantasia e realidade funciona bem na literatura, música e cinema. Na vida real (e adulta), não. Ou as pessoas andam carentes demais ou perderam a noção. Lembra do Tamagotchi, um chaveirinho digital que foi febre na década de 1990? Tinha que “alimentar” o bichinho virtual de estimação, entre outros cuidados. Analisando agora, aquilo já era levemente doentio. Quem diria que só iria piorar?

Empreender

Alguém vai dizer: mas tem tanta coisa pior, guerra, fome, violência, etc. Tem mesmo. E tem geração de emprego e um mercado em expansão. Como loucura pouca é bobagem, vou deixar aqui algumas ideias pra quem se interessar em empreender nesse universo. Já inventaram a maternidade reborn. Cadê creche, pracinha, papinha, salão de beleza pra cortar cabelo reborn? Esses bebês quase humanos vão fazer aniversário, precisaremos de recreacionistas e temas pra decoração.

Quem sabe aula de inglês e de música pra bebê reborn? Se a moda continuar até o fim do ano, vai ter fila especial no shopping pra bebê reborn tirar foto com o Papai Noel (antes, tem que largar o bico). No campo da saúde, há muito o que oferecer. Fonoaudiólogos pra bebês reborn que não falam, pediatras, dentistas, ortopedistas (bebê reborn tem pé chato?), cirurgiões e anestesistas. Eu mesma ofereço meus serviços: posso escrever o primeiro livro infantil pra entreter bebês reborn.

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