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Magali Moraes: e o bebê reborn?

Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

12/05/2025 - 05h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Fernando Gomes/Agencia RBS
Magali Moraes

O Dia das Mães passou, a vontade de maternar não. Ou seria a vontade de aparecer? Você deve ter ouvido falar de bebê reborn, só não ligou o nome à pessoinha. São bonecas hiper-realistas, feitas artesanalmente, que parecem de verdade. Em inglês, reborn significa renascer. É uma febre, mas não é uma novidade. Essas bonecas nasceram faz tempo, a técnica vem aprimorando e se aproximando dos bebês humanos. O que faltava mesmo era viralizar nas redes sociais.

Tem famosos “adotando” essas bonecas. Tem influenciadoras fazendo vídeo simulando parto de bebê reborn. Tem colecionadores. E tem artesãs comemorando: no Rio de Janeiro, acabaram de criar o Dia da Cegonha Reborn. Claro que tem todo um comércio crescendo junto. Roupinhas e brinquedos, encontros no parque, quarto de bebê reborn, carrinho, lista de nomes, apetrechos pro banho. Dá pra escolher o gênero, cor da pele, cabelo, olhos, se é prematuro, recém-nascido ou maiorzinho.

Terapêutico

É só adulto com vontade de brincar de boneca? É moda passageira, amanhã ninguém mais lembra e fala sobre isso? Tem o lado terapêutico, que eu respeito. As bonecas ajudam em caso de luto, infertilidade, solidão e até demência de idosos. Difícil não julgar, né? Cada um sabe de si, cada um faz o que quiser com a sua vida e o seu dinheiro. A brincadeira é cara, mas não tanto quanto ter filhos reais. Com a grande vantagem de poder guardar o bebê reborn no armário se você cansar.

De novo: é um super exercício de maturidade não julgar essas pessoas (ou qualquer outra). Enquanto eu alimento a minha curiosidade e pesquiso tudo sobre o assunto, me pergunto se o que me incomoda mais é o nome reborn ou a aparência tão realista. Um ponto de atenção (pra não dizer medo): é bom misturar tanta realidade e fantasia? Vi uma influenciadora garantindo que tudo é encenação. Será? Crianças encenam melhor suas brincadeiras. Já sei! É a falsa inocência que não me desce.

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