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Nova ilha no Guaíba: um ano após a enchente, banco de areia segue visível e deve ser incorporado à paisagem de Porto Alegre

Reportagem de Zero Hora visitou o local formado da deposição de areia e outros sedimentos, situado próximo à Ilha das Balseiras. Área está coberta por lixo 

07/05/2025 - 09h18min

Atualizada em: 07/05/2025 - 09h18min


André Malinoski
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Um ano após a enchente de 2024, o banco de areia próximo à Ilha das Balseiras, no Guaíba, permanece visível. O pedaço de terra fica situado em uma área entre o estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, de um lado da margem, e o bairro Sans Souci, em Eldorado do Sul, na extremidade oposta (veja no mapa abaixo).

Com o tempo, vai formar solo e vegetação em cima. Serão incorporados ao longo do tempo à paisagem natural.

FERNANDO FAN

Professor do IPH da UFRGS

Em 30 de abril, a reportagem de Zero Hora esteve no local, onde chegou com o auxílio de uma lancha. Ao circular pelo terreno é possível ver vegetação, galhos, pedras e pegadas de aves. Mas o que predomina é o lixo, especialmente garrafas de plástico e de vidro, latas, lâmpadas, calçados, brinquedos, almofadas e até pedaços de eletrônicos. 

O professor Fernando Fan, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que os bancos de areia surgidos após a última grande cheia – em setembro e novembro de 2023 e maio de 2024 – jamais deverão sair do Guaíba.

— Todas as ilhas que estão ali hoje, no Guaíba, foram formadas da deposição de areia e outros sedimentos durante as cheias nesses locais. Elas já foram bancos de areia iguais a este novo formado. Com o tempo, vai formar solo e vegetação em cima. Serão incorporados ao longo do tempo à paisagem natural — explica o docente.

Fan afirma que o banco de areia mede cerca de 0,5 quilômetro quadrado, o que representa pouco na comparação com a área total do lago – cerca de 496 quilômetros quadrados. A medição foi feita por meio de imagens de satélite. 

O banco de areia formou-se em cima de uma parte rasa do Guaíba. Segundo o professor, uma parte dele já ocupava o lugar antes mesmo da enchente.

— Em termos de volume, o banco de areia representa pouco. Por isso, esses bancos de areia não nos preocupam quando falamos em questões relacionadas a cheias ou aumento de inundações em função deles — observa, acrescentando: — Inclusive deve ter locais em que o Guaíba foi escavado. Assim como tem lugares com deposição, tem locais com erosão.

Veja a localização do banco:



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