Saúde pública
Sete das 10 emergências hospitalares de Porto Alegre operam com restrições devido a superlotação
Situação afeta pacientes de convênio e SUS; com a proximidade do inverno, a maior demanda é para casos de doenças respiratórias


Sete hospitais de Porto Alegre estão com os atendimentos restritos nesta quarta-feira (21). A medida ocorre devido à superlotação das emergências e ao aumento de internações. A situação afeta atendimentos por convênio e pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os hospitais de Clínicas, Conceição, Santa Casa, São Lucas, Ernesto Dornelles, Cristo Redentor e o Pronto Socorro de Porto Alegre atendem apenas casos com risco de vida.
De acordo com dados do painel de monitoramento da prefeitura, todos os leitos SUS em hospitais estão ocupados. São 4.473 pacientes internados — lotação de 101%.
Ocupação de mais de 300%
A emergência da Santa Casa opera com 314% de ocupação e recebe apenas pacientes encaminhados por órgãos públicos. A decisão considera a infraestrutura e a capacidade operacional.
No Hospital de Pronto Socorro, referência para traumatologia em todo o Estado, 12 pacientes aguardam retorno para os municípios de origem. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), entre as cidades estão Gravataí, Santa Clara do Sul, Canoas, Camaquã, São Leopoldo, São Jerônimo, Arroio dos Ratos, Cachoeirinha, Guaíba e Venâncio Aires.
A mesma situação é encontrada nas unidades de pronto atendimento. O pior cenário é na UPA Moacyr Scliar: a instituição atende 64 pacientes, lotação de 340%.
Aumento de casos respiratórios
Com a proximidade do inverno, a maior demanda em hospitais e nas unidades é para doenças respiratórias. A informação é confirmada pelo painel de monitoramento.
O município decretou situação de emergência em saúde pública na sexta-feira (16). A medida tem validade por 90 dias e ocorre devido ao aumento no número de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em adultos e crianças. O prazo pode ser prorrogado conforme os indicadores epidemiológicos.
De acordo com o decreto, a emergência foi declarada considerando "o cenário epidemiológico das doenças respiratórias e a superlotação de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto Alegre e na região metropolitana, com risco de desassistência à população por esgotamento dos serviços de saúde municipais, conforme apontado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS)".