RETRATOS DA VIDA
Banda marcial pede apoio para buscar um novo título
Grupo comunitário de Viamão, que acumula premiações, precisa de ajuda para disputar mais um campeonato estadual


Na Região Metropolitana, a música instrumental virou sinônimo de união, persistência e amizade. A Banda Comunitária Viamão, mais conhecida como BCV, é uma banda marcial que tem como objetivo levar o ensino gratuito de música para crianças e adolescentes.
Neste ano, o grupo pretende seguir alçando voo e busca apoio de doações e patrocinadores para participar do campeonato estadual, que ocorre em outubro, na cidade de Balneário Pinhal.
A BCV atua desde 2016 e utiliza a música como ferramenta de desenvolvimento.
Por ser um projeto comunitário, a banda busca apoio em leis municipais e estaduais, além de doações da comunidade ao longo do ano. Atualmente, o grupo é formado por 60 componentes dos bairros Cecília, Itapuã, Esmeralda e Pimenta, em Viamão, e também da Grande Cruzeiro, na Capital. Em sua formação, reúne músicos de seis a 22 anos.
Aos 28 anos, Éwerton Souza expandiu sua profissão e deixou de ser apenas professor de português e música para assumir a regência da banda marcial.
Dentre os anos como regente, ele relembra momentos marcantes vividos pelo grupo, como um dos títulos de Banda Ouro recebido em 2023 no interestadual. O título foi concedido pela atuação do grupo, que teve três campeonatos consecutivos ganhos.
Conquistas
Em Viamão, a BCV é a segunda corporação musical a alcançar este feito. E esse é apenas um dos títulos do grupo, que é filiado à Associação Gaúcha de Bandas e à Agência de Bandas Marciais do Litoral Norte, sendo pentacampeão estadual, tricampeão interestadual e campeão nacional pela Associação de Bandas e Fanfarras do Estado de Santa Catarina.
Éwerton conta que, ao longo dos anos de funcionamento do projeto, o grupo como um todo já enfrentou diversos obstáculos para permanecer atuando na comunidade:
– Desde a nossa fundação, passamos por desafios para conseguir manter o projeto de pé. Todo o valor que precisamos é angariado através de ações entre amigos, vaquinhas online, festividades ou pedágios solidários.
De uniforme novo
Para além das doações, uma conquista que o grupo compartilha é a aquisição dos uniformes para as apresentações. Segundo o regente, o fardamento foi comprado a partir do apoio financeiro da Lei Aldir Blanc, junto ao município de Viamão.
Éwerton relata que a cada ano que eles participam de campeonatos ocorre uma mobilização para a arrecadação de fundos. Neste ano, o valor arrecadado para o Campeonato Estadual de Bandas será destinado para custear inscrições, transporte e alimentação. O grupo estima uma média de valor de R$ 5 mil.
– A ideia deste ano foi de buscar apoiadores de pequenas e grandes empresas, e a contrapartida será por meio de apresentações solicitadas e divulgação de suas marcas em nossas camisetas e banners – destaca o professor.
Sobre os objetivos futuros, para além de campeonatos, Éwerton diz que o grupo busca conquistar uma sede própria para os ensaios, que hoje ocorrem aos sábados, em uma parceria com o Centro Social Amavtron, localizado no bairro Santa Tereza, na Capital.
Uma atuação em família
Andressa Behrens, 36 anos, e a filha Lana Behrens, 13 anos, dedicam-se juntas à banda marcial, cada uma a seu modo. Lana integra a BVC há dois anos. E Andressa decidiu apoiar o grupo e acompanhar a adolescente.
Lana destaca que o grupo “virou uma segunda família”. Outro ponto mencionado por ela é o conhecimento e as experiências vividas com o projeto. A ação oportuniza que a estudante conheça o RS por meio das apresentações e dos campeonatos.
E ela imagina, ainda, a possibilidade até de visitar outras regiões do Brasil. Quando perguntada sobre as expectativas para o campeonato, a jovem musicista responde:
– Iremos nos empenhar e estamos colocando muita força a cada dia que passa.
Parceria
No início, a mãe, que é diarista, notou que sua filha teve uma rápida mudança positiva de comportamento, graças a sua dedicação pela música. Então, Andressa e o esposo, Eder Duarte, 44 anos, se uniram para apoiar o projeto.
A diarista atua dentro da banda como coordenadora das crianças e Eder, quando possível, disponibiliza seu tempo para ser motorista da equipe. A mãe destaca que o projeto é muito importante para sua família e que “todo o apoio é necessário”:
– É uma coisa tão bonita, todo esse empenho, toda essa força, essa união que a gente tem.
Bryan Siqueira, 13, também integra o grupo. Sua mãe, Eline Bastos, 32, menciona um ponto positivo da participação do filho: a amizade. Antes, o jovem tinha dificuldade de comunicação e a BCV mostrou um outro lado do garoto, ela diz.
Como ajudar
/// Acompanhe o grupo pelo Instagram: @bcv_viamao
/// O grupo aceita patrocinadores, parcerias para transporte, doações de instrumentos musicais usados ou qualquer outro material para apoio. Segundo o regente, a ideia para 2025 é alcançar apoiadores de pequenas e grandes empresas. E o retorno será por meio de apresentações solicitadas e divulgação de sua marca em camisetas e banners da equipe.
/// Entre em contato pelo WhatsApp (51) 99788-2836.
*Produção Josyane Cardozo