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RETRATOS DA VIDA

Celebrando nove anos de existência, Coletivo Bronx realiza ações culturais para a comunidade

Projeto tem o objetivo de valorizar a cultura afro-brasileira e LGBT+ por meio de eventos festivos e sociais na Capital

09/06/2025 - 05h00min

Atualizada em: 09/06/2025 - 05h02min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Jonathan Heckler/Agencia RBS
No dia 28 de maio, foi realizada uma oficina de produção musical para os alunos do Colégio Protásio Alves.

Foi na garagem de um prédio no Centro Histórico de Porto Alegre que ocorreu o primeiro evento do Coletivo Bronx. À época, em outubro de 2016, um grupo de Djs se reuniu com a intenção de organizar uma festa e a garagem se transformou em um pequeno espaço decorado e produzido pelos organizadores. Com uma estética totalmente diferente, e, ainda com pouco público, o evento foi um marco no cenário cultural da Capital, unindo públicos de diferentes lugares.

Rhuan Santos, 29 anos, atualmente é produtor cultural e foi um dos primeiros criadores da Bronx, com a multiartista Clara Soares. Para ele, o público acolheu a ideia do que viria a ser a Bronx, por ser um espaço plural e moderno:

— O projeto atraiu muitas pessoas de personalidade. Então não tinha um só público, ou público gay e negro, era tudo misturado. Isso que fez a Bronx ser algo tão potente na cena noturna. 

Ao longo dos anos, o coletivo foi se espalhando por diferentes espaços da capital gaúcha. Ocupando quadras de escolas de samba, garagens, bares que não eram tão conhecidos, a Bronx se tornou um local de união e inclusão.

Potência periférica

Inicialmente, eram apenas Rhuan e Clara na equipe da organização do coletivo. Ele, da Lomba do Pinheiro e ela, da Restinga, construíram este espaço sendo jovens negros e periféricos, com poucas oportunidades, mas com um sonho que foi ganhando cada vez mais força.

— Começamos apenas nós dois, mas também movimentando um coletivo de pessoas. A gente fez um espaço para enriquecer a cultura da cidade, para que as pessoas se sintam seguras e sem medo de serem o que elas são — destaca Rhuan.

Atualmente com cinco integrantes, a celebração de nove anos de existência do Coletivo Bronx contempla uma série de ações que visam retribuir à comunidade todo o acolhimento nos últimos anos. 

No dia 28 de maio, uma das ações pensadas para esse momento foi desenvolvida: uma oficina de produção musical para os alunos do Colégio Protásio Alves, onde Rhuan e Clara estudaram quando mais jovens. Além disso, no último dia 31, ocorreu uma oficina aberta ao público também com essa temática.

Ações como essas e outras que ocorrerão ao longo dos meses serão realizadas por meio do apoio do edital do programa Decola Hip Hop RS, financiado pela Secretaria Estadual do Hip Hop RS. Contemplado na categoria de Djs, em primeiro lugar, o coletivo Bronx conseguiu o financiamento para a produção desses workshops e outras iniciativas.

Diversidade e inclusão na produção cultural

Mariana Ribeiro, 23 anos, também integra a equipe do coletivo Bronx desde 2023. Ela entrou no projeto a partir do convite para produzir o Palco Bronx, no festival Rap In Cena. O espaço no evento é dedicado a artistas locais, negros e LGBT+, com curadoria do coletivo, visando a diversidade e a inclusão.  

— Eu via uma grande potência, por serem pessoas jovens e pretas vindo da periferia contribuindo com aquilo que tem para cultura hip hop — ressalta Mariana.

Para Rhuan, foi através das vivências no coletivo que ele entendeu o significado da profissão de produtor cultural:

— A Bronx é um coletivo em que temos várias possibilidades de atuação. Isso que é o importante, estar trabalhando e se conectando com as pessoas novas.

A jovem Mariana também destaca: 

— A Bronx é muito mais que só um coletivo. Ela também transforma através da cultura. Ela educa através da cultura, ela ocupa espaços através da cultura. 

/// Para acompanhar o projeto, siga @o_bronx no Instagram.

*Produção Ana Júlia Santos


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