O nível do Guaíba deve ficar acima dos três metros pelo menos até sexta-feira (27). A projeção é do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que divulgou novo boletim de previsão na tarde desta segunda-feira (23).

Por volta de 16h esta segunda, o Guaíba marcava 3m29cm na Usina do Gasômetro — a cota de inundação, no ponto, é de 3m60cm. No Cais Mauá, onde a cota é de três metros, o nível chegou a 2m83cm.

Com o comportamento do vento, que sopra de oeste, a água avançou em trechos do Cais Mauá e em partes da Zona Sul durante a tarde. Porém, segundo o professor do IPH Fernando Fan, o avanço não representa que o Guaíba tenha atingido a cota de transbordamento. 

— Quando o vento é mais oeste, que é o que a gente tem observado hoje, há um efeito de ondas e isso gera alguns transtornos, especialmente porque o Guaíba está próximo da cota de inundação. Mas isso não significa nenhum tipo de aumento no nível dele — afirma o professor.

Cota de inundação não deve ser ultrapassada

Conforme o boletim do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, "os cenários de previsão indicam que os níveis permanecerão acima de três metros ao longo da semana". Diz ainda que, "considerando as chuvas ocorridas nas últimas 24 horas na bacia, podem ocorrer elevações adicionais chegando a cerca de 3m40cm metros nos próximos dias".

— A gente não espera uma ultrapassagem dos valores de cota de inundação, mesmo com essas subidas — complementa o professor do IPH/Ufrgs. 

De acordo com Fernando Fan, o nível do Guaíba deve seguir elevado até, pelo menos, a sexta-feira (27). Porém, o IPH alerta para o risco de novas elevações em decorrência da possibilidade de chuva no final de semana. O hidrólogo, contudo, prefere aguardar previsões atualizadas da meteorologia para projetar o comportamento do corpo d'água.

Metade Sul

O IPH também não prevê reflexos na Costa Doce e em municípios do Sul do Estado com a mudança do vento. A corrente que parte do sentido sul represa as águas na Lagoa dos Patos e Guaíba.

— A tendência é que a gente tenha também algumas elevações na laguna. Mas os volumes devem ser relativamente baixos e os picos, relativamente pequenos em comparação com 2024. A gente não espera nenhum grande efeito a ponto de causar impactos e transtornos nas cidades dessa região — projeta o professor da UFRGS.