O inverno começa oficialmente no dia 20, mas parece que já está entre nós. Os últimos dias gelados foram uma amostra do que vem aí. Bem-vindo, junho. Seja bonzinho com a gente. Em todo caso, me sinto preparada. Comprei pantufas novas um pouco antes da friaca chegar. Nem foi planejado, calhou de estar na hora certa e no lugar certo: na frente de uma prateleira cheia de pantufas quentinhas. Era pegar ou largar. Agora tenho ovelhas nos pés, e só de olhar pra elas me aqueço.

O cobertor segue curto. E fino. Ainda não é o momento de baixar do armário o grande pesadão. Então vamos apelando pras mantinhas e criando camadas de calor. Lembra a expressão “se vestir como cebola”, onde se sobrepõe roupas pra tirar ao longo do dia, conforme muda a temperatura? O efeito cebola também vale pra cama. Aliás, é um clássico na menopausa: vai do calorão ao frio repentino. As pernas chutam pra longe a pilha de cobertas. Brrrrr! As mãos trazem tudo de volta.

Luvas

O banheiro segue gelado. A estufa que nos ajude a manter os hábitos de higiene. Logo o nariz vai congelar e escorrer, a conta da farmácia vai aumentar, as luvas vão pra rua. Uma certeza eu tenho: em casa, pés quentinhos. Minhas ovelhas vão dar conta do recado. Elas e meias térmicas, que dupla invencível. Canela de fora, nem pensar. Só no chá de maçã com canela. E pijama por baixo, vinho tinto na taça, sopa no prato, pinhão no fogão à lenha, pelego na cadeira, lareira acesa.

O inverno pode ser aconchegante, mas não é uma estação inclusiva (nisso o verão ganha). Quem não pode comprar pantufas e todo o aparato pra se manter aquecido passa frio e trabalho. O jeito é começar agora mesmo a separar o que a gente tem pra doar e passar adiante roupas e cobertores em bom estado (é doação, não lixo). Minhas ovelhas substituíram um par velhinho com a boca aberta tipo jacaré, o vento entrava e fazia curva. Usei ao máximo, as novas se preparem.

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