Notícias



Acolhimento após o anoitecer

Como é a rotina de um albergue para pessoas em situação de rua em Porto Alegre

Com 100 vagas disponíveis por noite, Instituto Espírita Dias da Cruz oferece banho quente, alimentação e atividades de convivência  

07/07/2025 - 14h51min

Atualizada em: 07/07/2025 - 14h51min


Kizzy Abreu
Kizzy Abreu
Enviar E-mail
Kizzy Abreu/Agência RBS
Instituto Espírita Dias da Cruz fica no bairro Azenha.

No frio rigoroso de Porto Alegre, o Instituto Espírita Dias da Cruz é uma opção de abrigo para quem vive nas ruas da cidade. Localizado no bairro Azenha, o espaço recebe diariamente pessoas em situação de vulnerabilidade social, oferecendo um ambiente preparado com cuidados básicos, alimentação e momentos de convivência.

Atualmente, o albergue conta com 100 vagas distribuídas entre a casa masculina e a casa mista: 54 vagas para homens, 22 para idosos, 20 vagas para mulheres e 4 destinadas à população LGBT+.

Segundo Thiago Souza da Luz, assistente de coordenação do Albergue Dias da Cruz, o local funciona com um sistema de permanência rotativa de 15 dias. A cada novo ingresso, é reduzido o número de dias restantes para aquele usuário.

— A gente consegue orientar: daqui a pouquinho tem que começar a pensar em se organizar para estar acessando o outro albergue. Enfim, porque justamente é esse o entendimento, fazer com que o pessoal circule, para conseguir acolher o maior número possível de pessoas — diz Luz.

Como é a rotina 

Com 118 anos de história, o Instituto Espírita Dias da Cruz mantém o albergue desde 1931. Nos últimos anos, a instituição tem passado por atualizações para poder receber pessoas de forma respeitosa.

O ingresso na casa mista começa às 18h30min, enquanto na casa masculina começa às 19h. Logo na chegada, os usuários recebem uma chave com numeração correspondente à cama, ao armário, ao guarda-volumes e à toalha. Isso garante que cada um tenha seu espaço definido durante a noite.

O banho quente e o jantar são momentos importantes da rotina. Depois da refeição, o espaço também oferece alternativas de lazer, como rodas de conversa, filmes e leitura

Segundo Cláudia Franciosi, gerente operacional da instituição, o local tem a missão de acolher momentaneamente.

— A cada noite ou a cada período que eles ficam conosco, a gente olha para essas perspectivas de sociabilização, de participar mais das ações de forma coletiva, mas, mais do que isso, que eles possam olhar para si, essa questão toda do autocuidado, do autorrespeito, da vida em sociedade, dessa vida no coletivo — afirma Cláudia. 


MAIS SOBRE

Últimas Notícias