Na moda, a gente já se acostumou a ver roupas do tempo do Êpa que, do nada, voltam às passarelas e às ruas. A ombreira tentou esse retorno, sorte que não colou. Na telona, o passado ressurge nas franquias que trazem infinitas continuações de filmes de sucesso (Tom Cruise que o diga). Na tela da TV, virou moda fazer remake de novela antiga - é moda ou falta de novas e boas ideias? No streaming, os lançamentos convivem com os filmes velhos.

Na tecnologia, acontece o mesmo. De repente, a gurizada tira do baú as antigas máquinas fotográficas, os rolos pra revelar e até as câmeras descartáveis. Seria nostalgia se eles tivessem vivido isso em épocas passadas, mesmo assim acho boa essa curiosidade pelo analógico. E saudável, já que estamos cercados pelo digital. Os livros adultos pra colorir e relaxar são outro túnel do tempo que se apresenta com novo apelo. Bobbie Goods hoje, Jardim Secreto lá nos antigamentes.

Xerox

Me pergunto qual será o próximo retorno triunfal. O vinil nunca sumiu, e continua firme nas lojas especializadas e feirinhas. Por outro lado, a fita K7 e o DVD seguem hibernando. Do fax, nunca mais se teve notícias. O xerox dá os últimos suspiros: até nas universidades, onde sempre foi útil, ele anda esquecido. O novo jeito de estudar é através de vídeos, podcasts, materiais digitais e plataformas de ensino. Foi-se o tempo em que a gente xerocava os cadernos de colegas com a aula perdida.

Você escolhe se quer ler o DG no site ou no jornal. Já quem gosta de ler revistas está faceiro com a volta das edições impressas. Nem todas haviam sumido de circulação, mas vendiam cada vez menos por causa de tanto conteúdo online à disposição. E tem os livros físicos, esses nunca saem de moda. É uma experiência que me encanta: o cheiro do papel, o virar a página, a concentração total. Sem algoritmos tirando o foco, nos tonteando de informação e escolhendo o que a gente vai ver.

Leia outras colunas da Maga