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Papo Reto

Manoel Soares: "O bicho-papão"

Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados 

19/07/2025 - 05h00min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Manoel Soares/Arquivo Pessoal
Colunista fala sobre medos.

O bicho-papão que muitos de nós tínhamos medo na infância não deixou de existir. Ele vive em nós, assim como nossos heróis. Faz parte do que somos e, conforme vamos envelhecendo e mudando nossas formas, ele também muda. 

Quando criança, o medo era que esse bicho papão nos tirasse de perto da nossa mãe e do nosso pai – que nos tirasse o que era mais importante naquele momento. 

Os medos vão se moldando aos nossos desejos e ganham contornos de realidade, começando a dirigir nossas conquistas. Porém, também deixam armadilhas prontas, ativando gatilhos que libertam o mesmo medo da infância. Por exemplo: uma criança que foi rejeitada pelos pais ou foi alvo de muitas críticas cresce insegura e cheia de medos. 

Existem também aquelas pessoas que, por conta dessa experiência, desenvolvem uma coragem extrema para tentar compensar a dor vivida quando eram indefesas. Em ambos os casos, o medo de ser rejeitada produziu impacto. Disso não podemos fugir. 

Em resumo, os medos podem nos travar ou impulsionar. Alguns quando crescem se tornam o bicho-papão dos outros. Isso ocorre, pois, no inconsciente, alguns acreditam que, se forem o bicho-papão, não serão vítimas dele. Porém, isso é um erro absurdo de cálculo. Também há vezes em que nosso bicho-papão é íntimo. 

Um pessoa que era considerada “feia” na infância e adolescência pode ter problemas com seu corpo na vida adulta e dificuldade nos relacionamentos. Se uma pessoa passou fome, pode ter compulsão alimentar, e por aí vai. Saber que roupa nosso bicho papão veste hoje pode nos ajudar a combatê-lo.



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