Notícias



Novidade no largo

O que são as esferas de concreto que surgiram em frente ao Mercado Público na última semana

Com design futurista, cada objeto pesa 52 quilos e tem 35 centímetros de diâmetro

30/07/2025 - 09h43min


Guilherme Gonçalves
Guilherme Gonçalves
Enviar E-mail
Jonathan Heckler/Agencia RBS
Esferas de concreto foram instaladas no Largo Gênio Peres.

Na última semana, esferas de concreto surgiram no Largo Glênio Peres, em frente ao Mercado Público de Porto Alegre. As esculturas chamam atenção de quem caminha pelo Centro Histórico e têm gerado debate nas redes sociais. Alguns perguntam qual a utilidade e outros se queixam dos locais onde foram instaladas.

As esferas de concreto servem como balizadores, usados para limitar o espaço onde os carros podem circular e estacionar. Os objetos foram instalados em volta das fontes d'água no largo — que está desativado desde a enchente — e nos limites entre o passeio de pedestres e a pista para veículos.

Com design futurista, cada esfera pesa 52 quilos e tem 35 centímetros de diâmetro. Ao todo, serão colocados 128 desses objetos no entorno do Mercado Público.

A instalação faz parte da obra de revitalização do largo, junto de melhorias na Praça Quinze de Novembro, iniciada em março desse ano pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus). 

— Buscamos um mobiliário mais robusto, que tivesse uma característica adequada para ficar junto ao patrimônio histórico. Ou criamos uma escultura antiga ou nos destacamos. Escolhemos seguir o caminho de ter algo contemporâneo, que se destaca no entorno — diz o arquiteto e diretor de Áreas Verdes da Smamus, Alex Souza.

As esferas são encaixadas no solo através de uma barra roscada. Os objetos são esmaltados com verniz, facilitando a retirada de eventuais pichações. A ideia, segundo Souza, é instalar esse tipo de balizador também em outras áreas da cidade, como na orla de Ipanema.

O mobiliário foi desenhado pela italiana Metalco e produzido na filial da empresa em Flores da Cunha, no interior gaúcho. A indústria também é responsável pelos "stones", bancos em formato de pedra colocados em parques e praças de Porto Alegre.

O que acham os frequentadores

Além dos balizadores, o Largo Glênio Peres ganhou novos bancos, lixeiras e bicicletários, também desenhados pela Metalco e com estilo futurista.

Depois de almoçar no Mercado Público, o aposentado Valdir Lima, 71 anos, sentou em um dos novos mobiliários para pegar sol.

— Tinha outro tipo de banco aqui, né? Para mim, não faz diferença, desde que não atrapalhe — comentou o aposentado.

Sentada em outro banco, a vendedora Renata Freitas de Souza, 27, fazia fotos das esferas em volta dos chafarizes.

Achei bonito, bem diferente — diz a vendedora, mesmo ainda sem saber para que servem os objetos.

Jonathan Heckler/Agencia RBS
Pessoas já começaram a usar o novo mobiliário urbano.

Já nas redes sociais, há publicações criticando os locais onde as esferas foram instaladas. Em uma delas, um homem mostra que o objeto foi colocado em cima de parte do piso podotátil, que serve como guia para pessoas com deficiência visual.

Segundo o diretor de Áreas Verdes da Smamus, a marcação desse piso podotátil estava desatualizada e será refeita, seguindo outro caminho.

Outro ponto de discussão é o estacionamento de carros que existe hoje no Largo Glênio Peres. Criticado por alguns, as vagas são consideradas essenciais pelos comerciantes do entorno. Donos de restaurantes e de bancas do Mercado Público pedem que o espaço seja mantido para que clientes vindos de outros bairros tenham onde colocar seus carros.

O que ainda falta ser feito

A reforma do Largo Glênio Peres e da Praça Quinze de Novembro ficará pronta em 15 dias, promete a prefeitura. Após a instalação do mobiliário e de floreiras, a calçada será limpa com lava a jato para desencardir o piso.

Com investimento de cerca de R$ 700 mil, os trabalhos foram custeados pela construtora Cyrela Goldsztein como contrapartida por um empreendimento a ser erguido na Rua Marquês do Herval.

Até agora, a obra corrigiu pisos esburacados e grades quebradas, além de remover pichações. O próximo passo será a retirada do comércio irregular que se instalou nas calçadas da região, onde se vende de roupas usadas a bonecas rabiscadas.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias