Após reabrir a Unidade Básica de Saúde (UBS) Asa Branca, no bairro Sarandi, na última sexta-feira (11), a prefeitura promete entregar até outubro a reforma de todas unidades afetadas pela enchente na zona norte de Porto Alegre. A Asa Branca ficou mais de um ano fechada. A estrutura, que foi destruída pela enchente de 2024, passou por obras de reconstrução com custo de mais de R$ 130 mil.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a UBS Asa Branca atende mais de 5 mil moradores da região, com uma média de 300 atendimentos diários. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, oferecendo serviços médicos e de enfermagem, vacinação, coletas de exames e curativos.

Ainda, o plano da prefeitura é ampliar a unidade. A ideia de abrir outro espaço maior na região para substituir o prédio existente foi descartada, segundo o prefeito Sebastião Melo.

— É um posto muito pequeno e uma comunidade muito grande, ele é insuficiente. A decisão está tomada: (o posto) não vai sair daqui e vai ser ampliado — o prefeito afirmou em vistoria feita na unidade na terça-feira (16).

Outras unidades seguem em obras

A UBS Asa Branca é a primeira do bairro Sarandi a ter a estrutura reconstruída. As unidades Vila Elizabeth, Nova Brasília e Sarandi seguem funcionando em estruturas temporárias.

Das 14 unidades de saúde que ficaram fechadas após a enchente, nove ainda não concluíram as reformas e continuam operando de forma provisória:

• Clínica da Família Diretor Pestana
• Farrapos
• Fradique Vizeu
• Ilha da Pintada
• Ilha dos Marinheiros
• Mário Quintana
• Nova Brasília
• Sarandi
• Vila Elizabeth

Segundo a prefeitura, a unidade da Ilha do Pavão – também fechada em razão da cheia – não será reaberta por conta da diminuição da população na região. Atendimentos pontuais serão realizados na comunidade por agentes de saúde.

"A gente precisa voltar para as unidades de saúde", diz secretário

De acordo com o secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, a previsão é de que todas as unidades da Zona Norte estejam com as reformas concluídas até outubro. A próxima a ser reaberta deve ser a UBS Farrapos, entre o fim deste mês e o início de agosto.

— As equipes foram guerreiras, lutaram em espaços provisórios, mas a gente precisa voltar para as unidades de saúde — diz o secretário.

A agente comunitária de saúde Dulciara Amaral da Silva, que trabalha há 17 anos na Asa Branca, ressalta a importância da retomada dos atendimentos no prédio.

— Toda a comunidade, depois da enchente, ficou muito mais adoecida — lamenta.

Durante a enchente, a água chegou a cerca de 4m50cm de altura no interior da UBS Asa Branca, situado na Rua 25 de Outubro. De julho a dezembro do ano passado, os atendimentos foram realizados em tendas na Escola Miguel Velasquez. Desde janeiro deste ano, o serviço vinha sendo oferecido em um contêiner instalado nos fundos da unidade. De acordo com a secretaria, o contêiner permanecerá no local e será incorporado à estrutura, servindo como espaço para grupos e agentes comunitários.

*Produção: Fernanda Axelrud