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Fenômeno meteorológico

Ventania ultrapassa 102 km/h no RS: o que explica rajadas fortes pelo Estado

Desde a noite do último domingo (27), todo o Rio Grande do Sul está sob alerta da Defesa Civil para a possibilidade de transtornos

28/07/2025 - 10h58min


Zero Hora
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Os gaúchos acordaram com o vento batendo na janela na manhã desta segunda-feira (28). Desde a noite de domingo, todo o Rio Grande do Sul está sob alerta da Defesa Civil para a previsão de fortes rajadas e possibilidade de transtornos provocados pela ventania. 

A atenção especial fica para o Litoral, a Região Sul, a Costa Doce, a Região Metropolitana e o Nordeste, onde as correntes podem chegar a 100 km/h. 

Este cenário é motivado pela atuação de um ciclone extratropical que se formou próximo à costa do Estado. Além da ventania, o fenômeno também deve impulsionar ar mais frio para o território gaúcho, influenciando na queda da temperatura.

Maiores rajadas de vento registradas nas últimas 24 horas no RS

  • Canguçu - 102 km/h
  • Encruzilhada do Sul - 78km/h
  • Capão do Leão - 76 km/h
  • Vacaria - 76 km/h
  • Rio Grande - 65 km/h
  • Quaraí - 64 km/h
  • Erechim - 64 km/h
  • Camaquã - 63 km/h
  • Cambará do Sul - 62 km/h
  • São Vicente do Sul - 59 km/h
  • Soledade - 57 km/h
  • Lagoa Vermelha - 56 km/h
  • Bento Gonçalves - 56 km/h
  • Bagé - 55 km/h

Áreas em alerta para vendaval

De acordo com a Climatempo, as rajadas de vento podem superar os 90 km/h no Litoral Norte ao longo desta segunda-feira. Entre a região e o Litoral Médio, que abrange cidades como Balneário Pinhal e Mostardas, a Defesa Civil adiciona que pode ultrapassar os 100 km/h.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) está com dois alertas para vendaval em vigor — um vermelho e outro laranja com validade até as 15h e 18h, respectivamente. O órgão reforça o comunicado em torno dos potenciais riscos em razão da força e da velocidade do vento, especialmente em parte do litoral e das regiões próximas à costa do Estado:

  • Grande risco de danos em edificações
  • Corte de energia elétrica
  • Queda de árvores
  • Grandes transtornos no transporte rodoviário
  • Grande impacto em plantações
Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)/Reprodução
Instituto Nacional de Meteorologia está com alerta de grande perigo para o litoral gaúcho até as 15h.

A corrente ainda deve variar 80 e 100 km/h no Sul, na Costa Doce, na Região Metropolitana de Porto Alegre e no Nordeste. As rajadas ainda ficam entre 50 e 70 km/h na Campanha, na Região dos Vales, na Região Central e na Serra.

Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)/Reprodução
Inmet alerta para perigo de vendaval nas regiões próximas à costa do Estado.

A partir de terça-feira (29), o ciclone começa a perder intensidade e se afasta cada vez mais para o oceano. Contudo, em áreas do nordeste e do litoral norte do Rio Grande do Sul, a corrente ainda pode atingir 70km/h. Nas demais porções da faixa litorânea, os ventos chegam até 50km/h.

Como se forma um ciclone extratropical

Ciclones extratropicais são sistemas de baixa pressão atmosférica — região da atmosfera onde a pressão do ar é menor do que a dos locais próximos — que se formam fora dos trópicos, nas latitudes médias, onde está o sul do Brasil. 

Eles podem se originar tanto no mar quanto sobre o o continente, a partir do encontro entre massas quentes e frias.  

— O ponto principal, quando falamos em fenômenos meteorológicos, é de onde eles tiram a energia. A energia dos ciclones extratropicais vem do contraste de temperatura, entre a massa de ar quente e a massa de ar frio. Quando essas massas se encontram, podem formar os ciclones extratropicais — explica o meteorologista Glauco Freitas, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). 

No dia a dia da população, eles aparecem na forma de nebulosidade, chuva forte e de ventos intensos

No entanto, do ponto de vista meteorológico, os ciclones extratropicais são considerados elementos importantes para o equilíbrio da temperatura terrestre e para quebrar bloqueios atmosféricos, como os que provocam ondas de calor e estiagens, por exemplo.

— O ciclone extratropical vem para equilibrar a temperatura da Terra. Ele quebra certos padrões. É como um "remédio amargo". Por isso, é importante entendermos o nosso clima — pontua Freitas.

Conforme o especialista, o Rio Grande do Sul é especialmente vulnerável a esses sistemas por estar localizado em uma zona de encontro frequente das frentes quentes e das frias, próximo à região de origem de ciclones na região do Cone Sul.


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