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Eu Sou do Samba

Com o show "Mulheres do Samba", Valéria Barcellos inicia série de apresentações em Porto Alegre

Colunista Alexandre Rodrigues escreve sobre Carnaval e samba todas as quintas-feiras

07/08/2025 - 06h00min


Alexandre Rodrigues
Alexandre Rodrigues
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Renata Xavier/Divulgação
Nesta quinta-feira tem Valéria Barcellos no Gal Bar e Arte.

Natural de Santo Ângelo, no noroeste do Estado, a multiartista Valéria Barcellos inicia nesta quinta-feira (7) uma série de 20 apresentações em comemoração aos 20 anos de sua chegada a Porto Alegre. A primeira será no Gal Bar e Arte (Rua João Alfredo, 425), às 21h, com o show Mulheres do Samba. A proposta é celebrar a contribuição feminina no samba em voz, corpo, letra, alma e amor.

Eu Sou do Samba bateu um papo com a querida Val para saber mais sobre o show. Confira.

Como surgiu a ideia do show Mulheres do Samba?
Nasceu da vontade de fazer algo com o ritmo que mais amo, o samba. Também veio da necessidade de dar destaque às mulheres que forjaram o gênero no Brasil e no mundo, mas que não têm o mesmo reconhecimento que os homens. Conversando com a Maria Rita (filha da cantora Elis Regina), sobre a transição dela para o samba, surgiu a ideia de dar potência a essas vozes. É uma forma de amplificar essas presenças. E claro, somar isso à minha presença física, que também é — sem falsa modéstia — uma potência, por ser uma mulher trans e preta.

Quais artistas você homenageia?
Alcione, Clara Nunes, Ivone Lara, Beth Carvalho... Além de merecerem homenagens, são parte da minha base musical. Eu cresci ouvindo essas vozes. Elas me inspiram pela força, coragem e entrega ao fazer artístico.

O que representa para você cantar samba?
É um resgate de raízes, uma confirmação do meu DNA. Venho de uma família de sambistas. Não musicistas, mas apaixonados pelo samba. Meu avô tocava pandeiro, meu tio cantava na noite, e minha família tinha uma escola de samba em Santo Ângelo. Cresci em meio a rodas de samba todo fim de semana. O samba se confunde com a minha própria história.

Como você vê o papel da arte na luta por visibilidade e respeito?
A arte é uma mensagem subliminar que toca o coração das pessoas. Como disse Elisa Lucinda pra mim: “Somos corpos parlamentares, nossos corpos falam por si”. A minha cor, meu gênero, minha vivência... Tudo isso pode ser compreendido melhor por meio da arte. Quando alguém me vê no palco, travesti, cantando, pode se sensibilizar, pesquisar mais sobre essa realidade e descobrir outras pessoas como eu. Isso pode gerar um ciclo de empatia. A arte tem esse poder de transformar pelo sentimento.


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