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Exames de rotina: qual a importância do check-up? 

Especialista explica qual a frequência da procura por um médico, as percepções dos sinais de alerta e a prevenção de doenças

01/08/2025 - 13h29min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
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Acompanhamento pode ajudar na prevenção.

Quando foi a última vez que você fez um check-up? Fazer um check-up nada mais é do que realizar uma consulta com um médico especialista para solicitar exames de rotina. A ação pode auxiliar no controle de comorbidades, prevenir o desenvolvimento de doenças e dar início a tratamentos precoces quando necessário. 

O clínico geral e cardiologista Mario Wiehe, professor da Escola de Medicina da PUCRS e ex-presidente da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs), conversou com a coluna Tua Saúde para explicar sobre a importância do check-up, qual a frequência da procura por um médico, as percepções dos sinais de alerta e a prevenção de doenças.

O que é um check-up?

A palavra check-up deriva do inglês, com tradução livre para checar. Na área da saúde, o termo é utilizado para sinalizar uma bateria de exames. Segundo o especialista, podemos definir a ação como uma avaliação preventiva, uma revisão clínica e laboratorial para buscar anormalidades e antecipar problemas de saúde mais avançados.

O médico sinaliza que o primeiro passo é a procura por um especialista. No dia a dia, as consultas de rotina são realizadas para avaliar tratamentos de diagnósticos existentes, enquanto o check-up é para problemas de saúde ainda não conhecidos, com o propósito de buscar fatores de risco. É nessa consulta que os pacientes podem solicitar uma avaliação.

Quando procurar?

Para pessoas acima dos 30 anos que já identificaram fatores de risco, é recomendado que os exames de rotina sejam realizados anualmente com o propósito de identificar possíveis doenças em desenvolvimento e alterações nos níveis de produção corporal que podem estar interferindo no funcionamento do corpo

A identificação de fatores de risco é crucial para a investigação nos check-ups, especialmente em problemas cardiovasculares. O profissional destaca cinco grandes fatores de risco clássicos, que incluem:

// Identificação de diabetes.

// Presença de alteração do colesterol. 

// Hábito do tabagismo. 

// Diagnóstico de pressão alta (hipertensão).

Os fatores que irão influenciar o tempo de procura podem incluir idade, gênero e histórico familiar

Segundo Mario, a idade se torna um fator importante especialmente para a prevenção de câncer e doenças cardiovasculares, pois a incidência pode aumentar significativamente em faixas etárias acima dos 40 e 50 anos. 

Os pacientes abaixo dos 40 anos sem comorbidades podem fazer a visita a cada dois anos. Porém, aqueles com mais de 40 precisam realizar anualmente. 

Já no caso das mulheres, o médico destaca a importância de manter atualizados os exames ginecológicos, como a investigação dos hormônios, mamografia e a ecografia pélvica. 

No histórico familiar de determinadas doenças, tanto oncológicas (câncer) quanto cardiovasculares, que possuem um fator hereditário que as coloca em risco.

– Se há um histórico familiar muito forte ou negativo, vale a pena fazer exames preventivos, mesmo para pacientes jovens – destaca o especialista. 

Já aqueles pacientes que têm comorbidades identificadas e estão realizando tratamento médico precisam fazer visitas semestrais para revisar exames e o estado clínico. 

Sinais de alerta

Embora o check-up seja para quem não tem sintomas, é crucial estar atento a sinais de alerta que indicam que a doença pode já estar avançada e não mais silenciosa. Estes incluem:

// Dor no peito.

// Falta de ar.

// Cansaço desproporcional ao exercício.

// Alteração do hábito intestinal (intercalando diarreia e constipação).

// Fadiga crônica, sem força.

// Alteração da frequência urinária.

// Alterações na tireoide.

// Variação do peso (tanto para baixo quanto para cima, ex: inchaço pode indicar problema cardíaco/renal).

// Desmaios ou tonturas, especialmente com perda de consciência – o que pode indicar problemas cardíacos ou cerebrais. 

*Se esses sinais aparecerem, a pessoa deve procurar um médico.

Não negligencie 

O médico comenta que a saúde preventiva é tratada muitas vezes com negligência por diversos pacientes:

– Pessoas podem se adaptar a sintomas que causam cansaço e desconforto e acabam não reservando tempo para a avaliação. 

Os homens compõem o público que mais exerce essa negligência. Entre as causas está o receio de dedicar um período do dia para a ida ao médico, e a preocupação com horários relacionados ao trabalho. O medo de encontrar uma alteração é um fator significativo:

– É melhor encontrar antes, pois isso indica um estágio menos avançado. 

A prevenção é mais rápida, fácil e barata do que o tratamento, que pode exigir muitos medicamentos e prejudicar a qualidade de vida.

Outro ponto em destaque é a procura por locais de serviços de saúde como as UBSs e UPAs. O especialista deixa uma dica para incentivar a prevenção: a organização.

*Produção: Josyane Cardozo



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