TUA SAÚDE
Exames de rotina: qual a importância do check-up?
Especialista explica qual a frequência da procura por um médico, as percepções dos sinais de alerta e a prevenção de doenças


Quando foi a última vez que você fez um check-up? Fazer um check-up nada mais é do que realizar uma consulta com um médico especialista para solicitar exames de rotina. A ação pode auxiliar no controle de comorbidades, prevenir o desenvolvimento de doenças e dar início a tratamentos precoces quando necessário.
O clínico geral e cardiologista Mario Wiehe, professor da Escola de Medicina da PUCRS e ex-presidente da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs), conversou com a coluna Tua Saúde para explicar sobre a importância do check-up, qual a frequência da procura por um médico, as percepções dos sinais de alerta e a prevenção de doenças.
O que é um check-up?
A palavra check-up deriva do inglês, com tradução livre para checar. Na área da saúde, o termo é utilizado para sinalizar uma bateria de exames. Segundo o especialista, podemos definir a ação como uma avaliação preventiva, uma revisão clínica e laboratorial para buscar anormalidades e antecipar problemas de saúde mais avançados.
O médico sinaliza que o primeiro passo é a procura por um especialista. No dia a dia, as consultas de rotina são realizadas para avaliar tratamentos de diagnósticos existentes, enquanto o check-up é para problemas de saúde ainda não conhecidos, com o propósito de buscar fatores de risco. É nessa consulta que os pacientes podem solicitar uma avaliação.
Quando procurar?
Para pessoas acima dos 30 anos que já identificaram fatores de risco, é recomendado que os exames de rotina sejam realizados anualmente com o propósito de identificar possíveis doenças em desenvolvimento e alterações nos níveis de produção corporal que podem estar interferindo no funcionamento do corpo.
A identificação de fatores de risco é crucial para a investigação nos check-ups, especialmente em problemas cardiovasculares. O profissional destaca cinco grandes fatores de risco clássicos, que incluem:
// Identificação de diabetes.
// Presença de alteração do colesterol.
// Hábito do tabagismo.
// Diagnóstico de pressão alta (hipertensão).
Os fatores que irão influenciar o tempo de procura podem incluir idade, gênero e histórico familiar.
Segundo Mario, a idade se torna um fator importante especialmente para a prevenção de câncer e doenças cardiovasculares, pois a incidência pode aumentar significativamente em faixas etárias acima dos 40 e 50 anos.
Os pacientes abaixo dos 40 anos sem comorbidades podem fazer a visita a cada dois anos. Porém, aqueles com mais de 40 precisam realizar anualmente.
Já no caso das mulheres, o médico destaca a importância de manter atualizados os exames ginecológicos, como a investigação dos hormônios, mamografia e a ecografia pélvica.
No histórico familiar de determinadas doenças, tanto oncológicas (câncer) quanto cardiovasculares, que possuem um fator hereditário que as coloca em risco.
– Se há um histórico familiar muito forte ou negativo, vale a pena fazer exames preventivos, mesmo para pacientes jovens – destaca o especialista.
Já aqueles pacientes que têm comorbidades identificadas e estão realizando tratamento médico precisam fazer visitas semestrais para revisar exames e o estado clínico.
Sinais de alerta
Embora o check-up seja para quem não tem sintomas, é crucial estar atento a sinais de alerta que indicam que a doença pode já estar avançada e não mais silenciosa. Estes incluem:
// Dor no peito.
// Falta de ar.
// Cansaço desproporcional ao exercício.
// Alteração do hábito intestinal (intercalando diarreia e constipação).
// Fadiga crônica, sem força.
// Alteração da frequência urinária.
// Alterações na tireoide.
// Variação do peso (tanto para baixo quanto para cima, ex: inchaço pode indicar problema cardíaco/renal).
// Desmaios ou tonturas, especialmente com perda de consciência – o que pode indicar problemas cardíacos ou cerebrais.
*Se esses sinais aparecerem, a pessoa deve procurar um médico.
Não negligencie
O médico comenta que a saúde preventiva é tratada muitas vezes com negligência por diversos pacientes:
– Pessoas podem se adaptar a sintomas que causam cansaço e desconforto e acabam não reservando tempo para a avaliação.
Os homens compõem o público que mais exerce essa negligência. Entre as causas está o receio de dedicar um período do dia para a ida ao médico, e a preocupação com horários relacionados ao trabalho. O medo de encontrar uma alteração é um fator significativo:
– É melhor encontrar antes, pois isso indica um estágio menos avançado.
A prevenção é mais rápida, fácil e barata do que o tratamento, que pode exigir muitos medicamentos e prejudicar a qualidade de vida.
Outro ponto em destaque é a procura por locais de serviços de saúde como as UBSs e UPAs. O especialista deixa uma dica para incentivar a prevenção: a organização.
*Produção: Josyane Cardozo