Coluna da Maga
Magali Moraes: minha amiga, a rotina
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho


Ando apegada a essa amizade. Criei uma rotina que me faz bem, e o dia a dia funciona como um reloginho. Sem problemas se algo sair do programado, a minha amiga rotina sabe que logo volto correndo pra ela. Enquanto muitos a criticam, eu agradeço. Quando a gente se cerca de bons hábitos e de um cotidiano organizado, tudo flui mais fácil. Ser contra a rotina é querer aventuras, surpresas, se deixar levar pelo destino. Mas a vida adulta já não tem emoção o suficiente? Eu quero é paz.
Depois que a gente aprende que algumas coisas sempre vão fugir do nosso controle (variáveis incontroláveis), começa a olhar com mais carinho pro que dá pra controlar (e se apegar). Dormir bem, por exemplo, é uma conquista pra quem já sofreu com insônia. Comer direito, tomar água, se exercitar pensando na saúde, conviver com pessoas positivas, praticar o autocuidado, fazer as melhores escolhas possíveis pro momento. E não se exigir demais, sabe assim?
Trilhos
Minha amiga rotina entende se dou uma escorregada aqui e ali. O importante é voltar pro combinado. Se não for hoje, que seja amanhã. A continuidade importa, é o que bota tudo nos trilhos e traz a sensação de segurança. Um ponto que faz diferença nessa caminhada é colocar limites. Pra você mesma e pros outros. Limitar o tempo de tela é um assunto bastante falado hoje em dia, realmente um problemão. Aproveita e coloca limites no trabalho, nos relacionamentos, no estresse, na ansiedade.
Mudar a rotina é difícil, sei bem. Só que algumas mudanças são necessárias pra ajustar a engrenagem. Às vezes, esse ajuste desestabiliza o mundinho que você construiu ao seu redor, como um novo emprego e novos horários, novas pessoas que entram na sua vida, novos hábitos que precisam se consolidar. Calma, tem espaço pro novo dentro da rotina. Logo tudo se ajeita, e a paz volta a reinar. A rotina é como aquelas amizades verdadeiras que se fortalecem com o tempo.