Tava pensando no banho sobre os banhos. Se a gente não lavar o cabelo, o banho conta como completo? Talvez essa pergunta cause estranhamento pros homens, mas pras mulheres o ato de lavar o cabelo é um caso à parte. São muitas decisões pra tomar enquanto se toma banho. Hoje é só xampu e condicionador ou dá tempo de usar aquela máscara revitalizante que precisa de longos cinco minutos pra agir? É um banho de pelar porco, melhor a água escaldante nem encostar no cabelo?

Ainda tem muito frio pela frente nesse agosto que mal começou e já sabemos que vai durar uma eternidade. Mesmo no auge do inverno, matar o banho não é uma opção. Essa coluna também é educativa, e preza pela boa higiene dos leitores. Bora encarar o chuveiro, que gaúcho não foge da peleia. A menos que haja recomendação médica, os banhos de gato não valem. É que banho não é só água e sabonete, é uma questão de autoestima, autocuidado e consideração com o próximo.

Rota

Voltando ao ponto principal, a validade dos banhos. Sem incluir o cabelo na rota de lavagem, me parece que o banho deixa a desejar. Falta algo, sabe. Se o couro cabeludo não for devidamente massageado, a consciência fica limpa? Nem vou entrar no mérito do xampu a seco, invenção que camufla a sujeira em nome da praticidade. Às vezes, a gente quer muito fazer o serviço completo, mas o horário não convém. Deitar de cabelo molhado é pneumonia pra uma crespa que odeia secador.

Pra ser considerado um banho cinco estrelas, total, absoluto, perfeito, pleno e satisfatório, tem outras questões que fazem pensar. Adianta lavar o cabelo e o sabonete não circular por 99% da extensão corporal? Ele alcançou os dez dedos dos pés e outras partes impublicáveis? Olha o banho matado! Agora se o cabelo não viu água porque será lavado no salão, eu entendo. Vira um acontecimento. Aliás, que momento glorioso deitar a cabeça no lavatório, relaxar e se perder nos pensamentos.

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