Parque da Redenção
Mobilização pede penas mais severas para crimes de maus-tratos a animais
Iniciativa da plataforma online Vakinha foi realizada neste domingo junto ao Monumento ao Expedicionário
Uma mobilização para exigir punições mais severas para autores de maus-tratos a animais reuniu protetores, tutores e simpatizantes da causa neste domingo (24) junto ao Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha (Redenção), em Porto Alegre.
Os visitantes eram convidados a assinar um abaixo-assinado, enquanto os pets deixavam as marcas de suas patas pintadas com tinta em um painel instalado no local. O recente caso de um cavalo que morreu após ser mutilado com um facão em Bananal, no interior de São Paulo, foi mencionado pelos presentes.
A iniciativa foi promovida pelo site Vakinha, a maior plataforma de vaquinhas online do Brasil.
— A gente apoia muitas causas que são importantes para o Vakinha. Trabalhamos muito a educação, a saúde e a causa animal. Então, nesta semana, houve uma comoção e mobilização entre os protetores de animais (em razão do cavalo morto). O Vakinha decidiu abraçar e se aproximar de quem estava na linha de frente — afirma um dos responsáveis pela ação, o publicitário Daniel Mattos, 39 anos.
O protetor Marcio Lacerda, 46, atua há mais de duas décadas em defesa dos animais. Atualmente, ele trabalha pela causa em Portão, no Vale do Sinos. Ele avalia o cenário no país:
— Acho que avançamos bastante com a Lei Sansão (14.064/2020, que aumentou as penas para maus-tratos contra cães e gatos). Mas ela é específica para cães e gatos. Nós temos que avançar na legislação para animais de grande porte — observa.
Lacerda cita o caso do cavalo que teve as patas decepadas e morreu em agonia.
— O criminoso foi solto sob fiança e não aconteceu nada. Nós, protetores, estamos cansados. A Justiça e as leis precisam ser mais rigorosas. A pessoa que assassinar ou abandonar um animal tem de ser presa. Uma pessoa que tem a capacidade de decepar as patas de um cavalo vivo é um criminoso em potencial para o ser humano. Quem faz mal para um animal indefeso também vai fazer para o ser humano. Temos de ter mais rigor, principalmente para animais de grande porte — pede o protetor.
A protetora e funcionária pública Caciane Maciel, 47 anos, cuida de mais de 80 cavalos, vítimas de abandono e maus-tratos, em uma área de 46 hectares localizada em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana. Ela integra o Grupo APED, uma ONG de resgate e reabilitação de animais de grande porte.
— A gente faz um trabalho de formiguinha. Enquanto um é resgatado, tem de 10 a 15 para serem resgatados. Não é um trabalho fácil ou barato de fazer. Fazemos o que dá com o que temos — explica.
Tutores participam com pets
Em torno das 11h30min, o tempo estava parcialmente nublado e a temperatura era de 14°C, mas não impediram os tutores de comparecerem com seus cães na Redenção para apoiarem a causa. Os animais visitantes eram recebidos com tinta pelos organizadores, tinham uma pata pintada e marcada como um carimbo em um painel.
A nutricionista Luiza Cauz, 28 anos, passeava com o cãozinho Paçoca e decidiu apoiar a mobilização. Após o pet deixar a sua marca no painel, ela compartilhou o que pensa sobre o tema:
— Os animais são indefesos e precisam da gente. Necessitam da nossa proteção e amor. Enquanto não houver penas graves, isso vai acabar acontecendo. A gente precisa defendê-los.
A instrutora de trânsito Ananda Oliveira, 32 anos, estava acompanhada da auxiliar administrativa Daniela Storch, 30, no evento deste domingo. O casal levou a cadela Avelã para deixar a marca no painel.
— Acho muito importante (a causa em defesa dos animais). É uma pena que nem todos pensem igual. O rapaz que assumiu (a morte do cavalo) ainda foi solto — lamenta.
Saiba mais
Diversos protetores, tutores e ONGs participaram do ato. Quem quiser assinar o abaixo-assinado exigindo penas mais severas para autores de maus-tratos contra os animais pode acessar o perfil do Vakinha no Instagram ou o endereço da Comunidade Pet do Vakinha.