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Regionalismo

Acampamento Farroupilha termina neste domingo com público total superior a 2 milhões de pessoas

Número total de frequentadores ficou em nível equivalente ao do ano passado, apesar do clima instável no final de semana de encerramento

21/09/2025 - 19h23min


Marcelo Gonzatto
Marcelo Gonzatto
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Mateus Bruxel/Agencia RBS
Atrações incluíram 236 piquetes desde o começo de setembro.

O tempo nublado e chuvoso que marcou o último final de semana do Acampamento Farroupilha trouxe transtornos, mas a meta de público almejada pelos organizadores do evento realizado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, em Porto Alegre, foi alcançada conforme estimativa da concessionária do espaço, a empresa GAM3 Parks.

Pelas contas preliminares dos organizadores, a barreira de 2 milhões de frequentadores foi mais uma vez ultrapassada e ficou em um mesmo patamar do que o evento do ano passado. A presença de alunos de escolas públicas foi um dos destaques da 43ª edição da celebração tradicionalista.

Mesmo nos períodos de chuva, como na manhã deste domingo (21), último dia da atração, havia pessoas circulando entre os 236 piquetes de madeira — ainda que em número inferior aos momentos de céu limpo. Uma das razões que levou visitantes ao local mesmo de guarda-chuva na mão foi a distância percorrida para chegar até a Capital. Quem veio de muitas léguas de lonjura não se intimidou com o céu cinzento e uns pingos d'água.

— Nós somos de Belém, no Pará, mas viemos de Palhoça, em Santa Catarina, onde estamos morando. Como é o último dia, resolvemos vir de qualquer maneira — contou a administradora Elane Guerreiro, 50 anos, ao lado do marido, Marcelo Barbosa, 55.

O casal estava especialmente interessado no típico churrasco gaúcho, que experimentaria pela primeira vez em seguida. Barbosa já havia comprado um chapéu campeiro para si, e Elane pretendia percorrer os pontos de venda atrás de roupas e peças de artesanato de inspiração regionalista.

— Mas viemos principalmente pela culinária mesmo — garantiu a paraense, já perto do meio-dia.

Os agricultores Sebastião da Silveira, 67 anos, e Carolina Silveira, 66, vieram de uma querência um pouco mais próxima, mas ainda 400 quilômetros distante de Porto Alegre: Entre Rios do Sul, no norte gaúcho. A viagem de seis horas de carro valeu a pena para circular pela primeira vez entre os piquetes erguidos no parque também conhecido como da Harmonia. A filha, a doméstica Jucélia da Silveira, 33 anos, fez questão de passear com eles no sábado e no domingo de mau tempo. Cada um levava um guarda-chuva.

— Como eles vêm de longe, têm de aproveitar — reforçou Jucélia.

Carolina se mostrou surpresa com a organização do evento que acabara de conhecer:

— É tudo muito bonito, principalmente os piquetes.

Mas também houve quem mora praticamente ao lado do parque e, mesmo com chuvisqueiro, fez questão de se despedir do acampamento gauchesco. O comerciante Juarez Madeira, 69 anos, e a filha Jullye Madeira, 17, se deslocaram do Centro Histórico para o Harmonia no final da manhã.

— Gaúcho que é gaúcho não deixa de vir só por conta de uma chuva. Tivemos tantos problemas no Estado, recentemente, que a gente faz questão de ir para a rua sempre que é possível. Em casa a gente já fica todo dia — brincou Madeira.

Mateus Bruxel/Agencia RBS
Juarez Madeira e a filha, Jullye.

Público cada vez mais variado marca presença

O bom público registrado desde o começo do acampamento, no dia 1º de setembro, compensou o transtorno causado pela chuva do domingo. Diretora da concessionária GAM3 Park, Carla Deboni avalia que a edição de 2025 apresentou outros destaques além do número de frequentadores:

— Batemos novamente nossa meta de ultrapassar os 2 milhões de visitantes. Mas tivemos, também, e acho que foi a nossa grande conquista, uma maior presença de escolas. A Ciranda Escolar atendeu 15 mil crianças de escolas públicas, além, claro, das visitas orgânicas de outras escolas.

Carla destaca ainda o projeto Turismo Farroupilha de Galpão, que conduziu frequentadores por entre os piquetes com informações trazidas por guias de turismo a respeito da cultura regionalista.

— Tivemos também uma parte envolvendo inovação e tecnologia. O visitante podia ter a imagem do parque, localizando os piquetes, ver o que cada um oferecia, para decidir onde ir — disse a diretora, referindo-se a um totem interativo onde é possível navegar pelas atrações do acampamento clicando em uma tela.

Carla observa ainda que, a despeito da quantidade de pessoas que compareceram ao local, foi possível observar uma diversificação no perfil de quem circulou pelo Harmonia, que recebeu investimentos em acessibilidade nos últimos anos:

— Claro que o número é importante, mas também a qualificação desse evento. Vemos que houve muita presença de famílias, idosos, pessoas com alguma deficiência. Estão cada vez mais presentes. Conseguimos ver claramente essa mudança de público.


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