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Educomunicação

Centenário do Instituto Gomes Jardim em Guaíba terá documentários produzidos por estudantes

A ação faz parte de um dos programas de gestão ambiental da obra de duplicação da BR-116 e permite que os alunos vivenciem toda a cadeia de criação, da filmagem à edição

12/09/2025 - 14h19min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Camila Hermes/Agencia RBS
Filmagens foram realizadas na última semana.

Luz, câmera, ação. Faz cerca de um ano que estudantes do Instituto de Educação Gomes Jardim, em Guaíba, ouvem esses termos diariamente. O motivo? A gravação de documentários para comemorar o centenário da escola, fundada alguns meses antes da cidade que leva o nome do lago.

O projeto é um dos programas de gestão ambiental da obra de duplicação da BR-116, fiscalizado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Ao todo, quatro filmes documentais estão sendo produzidos com o apoio da iniciativa, e cada um deles conta uma parte da longa história do Gomes Jardim. Um vai falar sobre o Festival de Cinema Estudantil que, em 2025, estará na sua 23ª edição e tem ampla relação com a escola.

O analfabeto não é aquele que não sabe ler e escrever, é aquele que não sabe ler uma imagem.

VALMIR MICHELON

Professor

Criado pelo professor de filosofia Valmir Michelon, 59 anos, em 2002, o evento apresenta conteúdos cinematográficos produzidos por estudantes de todo o mundo. 

Por ter esse panorama de incentivo ao audiovisual, o professor, querido por todos e sempre citado pelos alunos, está diretamente envolvido na produção dos documentários, que devem ser lançados no ano que vem.

Na verdade, quem procurou o Dnit, após saber sobre o programa de gestão ambiental, foi o próprio Valmir, que também é jornalista e fotógrafo:

— A gente convidou eles para fazer uma oficina com essa turma, um bate-papo sobre audiovisual. E como estávamos pensando no centenário da escola, que é no ano que vem, surgiu a ideia de dar continuidade e fazer um documentário sobre o tema.

Educação do olhar

Camila Hermes/Agencia RBS
Professor Valmir é entusiasta da sétima arte.

Quando a reportagem visitou a escola, Júlia Ávila e Maitê Santos Rolim da Silva, ambas de 16 anos, se portavam em frente à câmera, falando sobre a apresentação de dança que fizeram no Festival de Cinema do ano passado. Desenvoltas, as estudantes seguiam o roteiro que tinham elaborado juntas. Uma outra colega operava o equipamento. 

— Está sendo incrível até agora. Mas eu também fiquei nervosa, porque a gente vai aparecer para várias pessoas — descreve Maitê, entre risadas.

Representante do grupo que vai falar sobre as figuras históricas que estampam as salas de aula do Gomes Jardim, Hagnnys Palskuski, 16 anos, já tinha tido contato com equipamentos de audiovisual e pretende seguir na área profissionalmente. Por isso, viu no projeto uma oportunidade de ampliar seus conhecimentos.

— Eu já faço parte de um projeto. Aí eu vi uma grande oportunidade de unir isso agora com a escola. Então, é algo que já está ligado a mim — relata. 

Camila Hermes/Agencia RBS
Documentários vão ficar prontos no ano que vem.

Mesmo quem não gosta de aparecer tem espaço para atuar na produção, afinal, o audiovisual é democrático. Todos podem, e devem, aprender com a comunicação, é o que acredita o professor Valmir:

—  O analfabeto não é aquele que não sabe ler e escrever, é aquele que não sabe ler uma imagem. O importante é a educação do olhar. 

O que é um projeto de gestão ambiental?

/// O projeto de educomunicação no Instituto Estadual de Educação Gomes Jardim é desenvolvido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no âmbito dos programas de Educação Ambiental e Comunicação Social das obras de duplicação da BR-116/RS (Guaíba – Pelotas), em atendimento a condicionantes da Licença de Instalação (LI) concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

/// O analista em infraestrutura de transportes do Dnit Rafael Hallal explica que, ao estabelecer as medidas de prevenção, controle e mitigação dos impactos ambientais, a autarquia procura valorizar iniciativas já existentes, de modo que estejam alinhadas ao contexto local e estimulem o engajamento:

/// — Faz parte das diretrizes do licenciamento ambiental potencializar ações que existam nos municípios por onde a obra passa. Nós, como responsáveis pela Gestão Ambiental do empreendimento, entendemos que a intercomunicação entre a obra, as instituições de ensino e a sociedade é fundamental.

*Produção: Elisa Heinski


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