PIQUETCHÊ DO DG
Conheça a história de Fofa Nobre, gaiteira de Guaíba que leva tradição gaúcha aos palcos
Artista já foi tricampeã do Enart e é professora voluntária na Fábrica de Gaiteiros

Foi influenciada pelo avô Manoel Adriano Nobre e a avó Leontina Vieira Nobre que Cleunice Adriane Nobre, de Guaíba, descobriu sua paixão por tocar gaita. Conhecida como Fofa, um apelido que carrega desde a infância, aprendeu a tocar o instrumento sozinha, apenas o escutando, aos oito anos.
Com o passar dos anos, o que começou como uma brincadeira levou a artista a se apresentar em shows, festivais e programas ao vivo, até chegar em um dos maiores eventos tradicionalistas do Estado: o Acampamento Farroupilha, que começa hoje.
O contato com a gaita, então, começou por causa de seu avô, que percebeu a facilidade que a neta tinha com o manuseio do instrumento. Não deu outra: procurou um professor para que Fofa pudesse se desenvolver.
— A partir dali começou a nossa ligação e paixão pela música gaúcha. Meus avós me levaram para o mundo do tradicionalismo — diz ela.
Ao longo de sua trajetória, participando de diversos rodeios e festivais na Região Metropolitana, Fofa ficou cada vez mais conhecida. Já foi tricampeã do Encontro de Artes e Tradição Gaúcha (Enart) em duas modalidades e participou do Festival de Sanfoneiros, na Bahia. Além de representar o RS duas vezes no Encontro de Acordeon, no Rio de Janeiro.
Professora
Durante a juventude, Fofa teve que parar de tocar gaita para focar nos estudos e na vida pessoal. Quando retornou aos palcos, recebeu uma proposta muito especial: Renato Borghetti a convidou para participar do projeto Fábrica de Gaiteiros, como professora voluntária:
— Para mim, é o maior prêmio da minha vida, porque eu trabalho com o que eu gosto, dividindo mais conhecimento e ensinando para crianças. Então, essa parceria, se depender de mim, vai durar enquanto eu viver.
Representatividade
Com dois discos autorais gravados e seis singles, a artista também se apresenta com o seu grupo formado apenas por mulheres, o Fofa Nobre e Grupo. A formação conta com uma guitarrista, uma baterista e uma contrabaixista. Além de apresentações em rodeios, shows e bailes, elas também já participaram do Galpão das Patroas, festival feminino de música gaúcha.
— Foi por causa da pandemia que a gente se uniu ainda mais para participar de editais. Porque a representatividade feminina ganha força assim, representando outras mulheres — pontua.
Desde o ano passado, Fofa empreende com sua esposa Luana Fontoura. A matearia Milonga não possui nem um ano no mercado, mas já faz muito sucesso. A loja está localizada em Guaíba e é especializada em artigos para chimarrão, como diferentes tipos de cuia, mateira e térmicas.
— A gente está acreditando e apostando em um nicho que é promissor, cultural e tradicional, que é o chimarrão — diz, orgulhosa.
E para completar, Fofa também é produtora cultural na Secretaria da Cultura de Guaíba. Para ela, é uma forma de destacar o olhar para o tradicionalismo nos eventos da cidade.
Próximas apresentações
No dia 3 de setembro, Fofa Nobre se apresenta no palco principal da Expointer, com um show instrumental. No dia 20 de setembro, a artista estará com seu grupo no Acampamento Farroupilha 2025, no Parque Harmonia, se apresentando no palco Nico Fagundes:
— Estamos muito felizes. No dia da data mais importante para nós, gaúchos, vamos estar em um dos palcos mais consagrados do gauchismo, levando a nossa mensagem de mulheres gaúchas que não fogem à luta e não se entregam.
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*Produção: Ana Júlia Santos