Direto da Redação
Giordana Cunha: "Já fui uma artista pop"
Jornalistas do Diário Gaúcho opinam sobre temas do cotidiano


Sempre amei cantar e fazer performances. Todos os cômodos da casa eram explorados, mas a sala era a favorita, porque a cortina da janela era daquelas até o chão. Com auxílio da imaginação e criatividade que só as crianças têm, cada espaço se transformava, em questão de segundos, grandes cenários e palcos.
O show era completo: coreografias, diferentes entonações durante as músicas, interação com o público e até mexida no “ponto” imaginário do ouvido. Eu saía de trás da cortina quando o play era dado no computador branco – aqueles com monitor de tubo. Na mão, uma escova de cabelo ou qualquer outro objeto que, naquele instante, se tornava o microfone perfeito. A sensação de habitar um palco imaginário, durante uma apresentação em um estádio lotado, é única, fascinante, quase mágica. Só de estar escrevendo esse texto e lembrando de tudo sinto uma coisa boa.
Carreira
Meu amor por cantar não tomou forma e ficou só nos metros quadrados de casa. Fiz Jornalismo – os ouvidos alheios agradecem –, e sou realizada na profissão que escolhi. Até porque ser cantora não era uma opção.
Ao ler uma entrevista com uma cantora famosa dias atrás, senti admiração. Aplaudo e venero todas elas, porque – com o perdão da simplificação do ofício – elas vivem, a cada apresentação, aquela mesma sensação gostosa que um dia experimentei.
Talvez seja isso que torne a música tão poderosa na minha vida: a capacidade de conectar a Giordana de hoje com a Giordana de 10 anos. Lembrei, agora, inclusive, de uma das que mais gostava de performar: Halo, da renomada Beyonce.
Chego à conclusão que fui uma artista pop. E “ai” de quem duvide disso. Pena que a carreira durou pouco.