A libriana indecisa que habita em mim ainda não decidiu se essa é uma coluna sobre a chegada da primavera ou a velocidade louca em que o final de ano se aproxima. Daqui a exatos três meses, o Natal já será página virada e estaremos nos preparando pra virada de 2026. Depois que me dei conta disso, não consigo esquecer. Agora eu falo de flores, pólen e abelhas? Ou de réveillon, look branco e resoluções de ano-novo? Só que o certo seria falar antes de amigo-secreto, ceia e Papai Noel.

Que confusão em uma mente ansiosa. Calma que vou ali respirar fundo e já volto. Vamos por partes: enfim, nos livramos do inverno. Essa afirmação é mais uma prova de como o passar do tempo modifica a gente. Escrevi tantas vezes sobre as delícias do frio. Hoje, quero mais é um dia de sol e calor. Provavelmente vou me arrepender dessa frase. Tá fresquinho por enquanto. Se o nosso verão for parecido com o que torrou a Europa na última temporada, vai faltar ventilador no comércio.

Espirro

O aquecimento global é quem decide as coisas daqui pra frente. Encare a primavera como um grande laboratório que nos ajuda a suportar as temperaturas extremas de verão. Entre um espirro alérgico e outro, o encantamento dos Ipês colorindo as ruas e a possibilidade de La Niña complicar a nossa vida aqui no Sul, nosso corpo vai se acostumando ao termômetro que sobe. Haja saúde, aliás. E seguimos os dias botando e tirando casaco, sem saber que roupa usar.

E o Natal a menos de 3 meses! Foi ontem que desmontei a árvore e guardei os enfeites, como pode isso? Todo ano, o mesmo assombro com a rapidez do segundo semestre. A gente sabe que é assim, e se espanta igual. Entendi o assunto dessa coluna. Não é primavera, muito menos Natal: é sobre a vida escorrendo por entre os nossos dedos. Estamos só vendo os dias passarem? Ou conseguindo curtir o momento, tipo as abelhas que sobrevoam faceiras as flores e fazem a sua parte?

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