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O que muda com o novo cartão do SUS? Veja perguntas e respostas

Processo prevê a inativação de 111 milhões de cadastros até abril de 2026. Objetivo é unificar os registros e vincular cada usuário ao CPF

17/09/2025 - 09h53min


Leonardo Martins
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Divulgação/Ministério da Saúde
Novo cartão SUS trará apenas nome e CPF do usuário.

O Cartão Nacional de Saúde (CNS), que identifica os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), está passando por uma transformação importante: agora, em vez do antigo número, o documento exibirá nome completo e CPF.

A medida, anunciada nesta terça-feira (16) pelos ministérios da Saúde (MS) e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), busca integrar as bases de dados e tornar o acesso aos serviços de saúde mais seguro e eficiente.

O processo prevê a inativação de 111 milhões de cadastros até abril de 2026 — desde julho, 54 milhões já foram suspensos. O objetivo é unificar os registros, eliminar inconsistências e vincular cada usuário ao próprio CPF, aproximando a base do SUS do total de CPFs ativos na Receita Federal.

Antonio Cruz/Agência Brasil
Medida foi anunciada nesta terça-feira (16) pelos ministérios da Saúde (MS) e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Perguntas e respostas sobre a mudança no CNS

O que muda no Cartão Nacional de Saúde?

O CNS deixa de usar um número próprio e passa a trazer apenas o nome completo e o CPF do cidadão.

O novo cartão já está valendo?

Ainda não. É preciso que todos os sistemas do governo estejam em sintonia. A conclusão deve se dar até dezembro de 2026.

Vou precisar fazer um novo cartão?

Não. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS), o processo é automatizado e não exige nenhuma ação do usuário, a não ser em casos específicos, como quando houver necessidade de imprimir um novo cartão.

Em breve essa impressão também não será necessária, pois haverá integração com o Meu SUS Digital. Com isso, o cartão estará disponível em formato digital.

Por que essa mudança está acontecendo?

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a alteração faz parte de um processo de “higienização” dos cadastros do SUS, eliminando registros inconsistentes ou duplicados.

A expectativa é melhorar a gestão, ampliar a segurança e modernizar o sistema, em linha com o que já ocorre em outros países.

Quantos cadastros serão inativados?

A previsão é de que 111 milhões de registros sejam suspensos até abril de 2026. Desde julho, 54 milhões já foram inativados. 

Atualmente, o CadSUS conta com 286,8 milhões de cadastros ativos, dos quais 246 milhões já estão vinculados ao CPF e 40,8 milhões ainda aguardam análise.

Quem não tem CPF continuará sendo atendido no SUS?

Sim. O ministro Padilha garantiu que todos os pacientes seguem tendo acesso ao atendimento. Para essas situações, será gerado um cadastro temporário válido por um ano, usado principalmente em emergências.

Depois, será necessária a inclusão do CPF ou outro tipo de regularização.

E como ficam estrangeiros, indígenas e ribeirinhos que não utilizam CPF?

Esses grupos continuarão identificados pelo Cadastro Nacional de Saúde, que passa a ser tratado como um registro secundário e complementar, substituindo a nomenclatura de “Cartão Nacional de Saúde”.

Quais benefícios a mudança vai trazer?

Com o CPF como identificador único, será possível integrar o CadSUS a outras bases, como Receita Federal, IBGE e CadÚnico. 

Isso permitirá, por exemplo, acessar de forma centralizada históricos de vacinas, medicamentos do programa Farmácia Popular e dados de mortalidade.

Como será feita a adaptação dos sistemas de informação do SUS?

Todos os sistemas, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o prontuário eletrônico da atenção primária, serão adequados para operar com CPF

O processo será pactuado com Estados e municípios por meio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), com previsão de conclusão até dezembro de 2026.

O que acontece com a base de dados do SUS após a mudança?

A expectativa é de que, ao final, o número de registros seja equivalente ao total de CPFs ativos na Receita Federal: 228,9 milhões.

O CadSUS também será integrado à Infraestrutura Nacional de Dados (IND), coordenada pelo MGI, permitindo o compartilhamento seguro de informações entre diferentes órgãos.

Qual o impacto esperado?

De acordo com o Ministério da Saúde, a unificação vai melhorar o monitoramento do sistema, reduzir desperdícios e fortalecer a gestão pública, representando um passo decisivo para a modernização tecnológica do SUS.

*Com Agência Brasil

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